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UE diz que importação de vacinas Johnson & Johnson da África do Sul é temporária

O acordo entre a União Europeia e África do Sul, que permite exportação de vacina da Johnson & Johnson, tem sido alvo de críticas pela Organização Mundial de Saúde.
Pavlo Gonchar–SOPA Images/LightRocket/Getty Images
19 Agosto 2021, 17h21

A Comissão Europeia disse esta quinta-feira que chegou a um acordo temporário com a África do Sul relativamente às vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas pela norte-americana Johnson & Johnson (Janssen) que estão a ser importadas para a União Europeia (UE), segundo a “Reuters”.

Segundo o acordo, a Aspen Pharmacare está encarregue por enviar a substância da vacina produzida noutro lugar e posteriormente transferir as doses concluídas para a África do Sul e a UE. A partir de setembro, a Johnson & Johnson (J&J) irá transferir todas as operações de armazenamento de vacinas direcionadas à UE para Leiden, disse o porta-voz da UE.

A Johnson & Johnson também negociou uma complexa cadeia de fornecedores que envolvia empresas sediadas nos EUA, apesar da oposição de países da UE.

Na quarta-feira, o diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, confessou aos jornalistas que estava “surpreendido” com a notícia de que as vacinas da J&J estavam a ser exportadas da África do Sul para a UE, porque a UE já tem taxas de vacinação muito altas, enquanto em muitos países africanos nem mesmo os mais vulneráveis ​​foram vacinados.

Tedro pediu também que a farmacêutica desse prioridades aos países africanos. “Instamos a J&J a dar prioridade urgente à distribuição de vacinas em África antes de pensar em fornecer países ricos que já têm [doses] suficientes”, referiu o diretor-geral da OMS.

Esta quinta-feira, a OMS suavizou os seus comentários sobre o acordo entre União Europeia e África do Sul. Matshidiso Moeti, diretor Regional da OMS para a África, apontou, em conferência de imprensa, que o acordo era “presumivelmente” parte do investimento no desenvolvimento e produção de vacinas na África.

A UE está a liderar os investimentos globais para criar “centros” de vacinas na África, incluindo a África do Sul e o Senegal, para aumentar a capacidade do continente em fabricar vacinas contra a Covid-19.

De recordar ainda que a UE prometeu doar pelo menos 200 milhões de doses de vacinas às nações mais pobres, principalmente na África, até o final do ano. Dados divulgados pela UE e consultados pela agência noticiosa demostram que a J&J entregou até hoje 21,5 milhões de doses à UE. Cerca de 60% ou 12,9 milhões dessas vacinas foram administradas no bloco europeu.

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