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UE financia com 4,8 milhões projetos para jovens em situação de vulnerabilidade social

Os projetos foram hoje apresentados, em Luanda, pelas quatro Organizações Não-Governamentais (ONG) que vão executar, nos próximos 36 meses, ações nas províncias de Luanda, Benguela, Malanje, Zaire, Cunene, Namibe, Huambo, Huíla, Icolo e Bengo e Cabinda.
9 Abril 2025, 16h57

Quatro projetos direcionados à juventude, que contam com um financiamento de 4,8 milhões de euros da União Europeia (UE), vão capacitar jovens de dez províncias angolanas nas áreas da liderança e empreendedorismo juvenil.

Segundo a representante da UE em Angola, Rosário Bento Pais, em fevereiro de 2024, a organização lançou o convite para a apresentação de propostas, num montante de 4,8 milhões de euros, especificamente para apoiar jovens, com atenção às questões do género, minorias e pessoas com deficiência, particularmente das zonas periurbanas (de transição entre os espaços rurais e urbanos) e rurais, apelando ao equilíbrio e à justiça social.

Rosário Bento Pais disse que este é o segundo apoio a projetos para a juventude, depois do primeiro lançado em 2019 com uma dotação orçamental de cerca de 2,9 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas, a embaixadora da UE em Angola destacou os resultados muito positivos dos projetos em curso, com “impacto muito direto na população e sobretudo nas camadas mais vulneráveis – mulheres e crianças”.

A diplomata referiu que a juventude em Angola é um grande desafio, já que constitui 60% da população total, com idades abaixo dos 24 anos: “isso já diz exatamente a necessidade de apostar em tudo que seja o apoio aos jovens tanto na educação, como no empreendedorismo, para que possam ter uma vida saudável, sustentável e possam encontrar o seu emprego”.

A representante da UE em Angola garantiu que cada vez mais a organização vai continuar a financiar este tipo de projetos, e deverá ser já preparado, a partir do meio do ano, novo apelo a propostas de projetos para a sociedade civil.

“Hoje em dia somos dos poucos ou os únicos que continuamos a financiar estes projetos e é muito importante, porque não há país nenhum que se possa desenvolver sem o apoio da sociedade civil e das autoridades locais, que são atores de desenvolvimento e de governança, porque o Estado não pode estar em todo lado”, disse.

“Jovens Hoje Líderes Agora” é o projeto a ser implementado pelo Mosaiko, Instituto para a Cidadania, em parceria com a Leigos para o Desenvolvimento, com a duração de quatro anos, nas províncias de Luanda, Benguela e Malanje, para um grupo-alvo de 620 pessoas, com idades entre 15 e 35 anos, com vista à sua capacitação nas áreas de liderança, empreendedorismo, desenvolvimento local e cidadania ativa.

A ADRA – Ação para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, em parceria com a NCA – Ajuda da Igreja Norueguesa, vão executar em três anos, nas províncias do Cunene, Namibe, Huambo, e Malanje, o “Pro-Juci”, um projeto virado para a promoção da participação cívica e a inserção socioeconómica de jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

O “RedEmpreende”, projeto da ONG espanhola Codespa, vai ser concretizado nas províncias de Luanda, Huíla e Cunene, devendo apoiar mil jovens, entre os quais minorias étnicas, nomeadamente a comunidade khoisan, com ações de empreendedorismo para um futuro sustentável, promovendo técnicas que desenvolvam na juventude ideias de negócios, além de apoio técnico e financeiro.

“Nossa Voz Nosso Futuro” – um projeto a ser desenvolvido, em três anos, pela ONG italiana VIS, em parceria com os salesianos de Dom Bosco, presente em Angola há 30 anos – vai ser desenvolvido nas províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Zaire e Moxico. O projeto deve beneficiar diretamente cerca de 3.000 pessoas em situação de vulnerabilidade social, entre quais jovens com albinismo, adolescentes de rua e meninas em situação de exploração.

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