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UE vai pagar mais por vacinas mas termos de produção e entrega são mais rígidos

Uma fonte europeia familiarizada com as negociações citada pela “Reuters” sustenta que o valor das vacinas aumentou desde que começaram a surgir evidências da eficácia e do impacto positivo que as vacinas tiveram na ajuda da recuperação económica.
3 Agosto 2021, 11h40

A União Europeia vai pagar mais pelas vacinas contra a Covid-19, relata a “Reuters” esta terça-feira. Entre as razões do aumento do preço estão as exigências mais rígidas, uma vez que o bloco europeu está a proteger o abastecimento contínuo de vacinas após um arranque complicado da campanha de vacinação contra o vírus.

Apesar da fatura da UE crescer face aos últimos valores, a “Reuters” avança que o preço continua a ser menor do que aquele pago pelos Estados Unidos na última encomenda do mês de julho.

A União Europeia vai pagar 19,50 euros à Pfizer e à BioNTech por cada dose de vacina. O valor foi acordado no passado mês de maio, num contrato de 1,8 mil milhões de doses. O valor fica acima dos 15,50 euros pagos por dose nos dois contratos iniciais, onde o fornecimento era para um total de 600 milhões de vacinas.

Por sua vez, a Moderna subiu o preço para 25,50 dólares (21,50 euros) por dose, num negócio de 300 milhões de vacinas. Anteriormente, a UE pagava 22,60 dólares (19 euros) por cada dose, tendo sido contratadas 160 milhões de vacinas.

O preço do acordo com a Moderna ainda está no patamar mais reduzido dos 25 a 37 dólares (21 a 31,15 euros) indicados pela empresa no ano passado. No entanto, os partidos europeus têm-se mostrado contra os preços praticados pela Pfizer e BioNTech, uma vez que as empresas tinham apontado que os preços seriam mais reduzidos nos negócios de maior volume.

Ainda assim, outros afirmaram existirem boas razões para se pagar mais, dado que as circunstâncias se alteraram desde que os negócios iniciais foram realizados com as farmacêuticas. Entre as razões apontadas pelo ministro dos assuntos europeus de França estão as variantes mais perigosas, bem como a produção e entrega de vacinas.

Uma fonte europeia familiarizada com as negociações citada pela “Reuters” sustenta que o valor das vacinas aumentou desde que começaram a surgir evidências da eficácia e do impacto positivo que as vacinas tiveram na ajuda da recuperação económica.

Uma das exigências da Comissão Europeia relativamente à vacina da Pfizer/BioNTech, que poderá ter levado ao aumento de preços, foi a produção em solo do bloco. A Comissão Europeia exigiu que as vacinas fossem produzidas na UE e que, se possível, os componentes essenciais fossem adquiridos na região.

A esperança da Comissão é que a concentração da produção na Europa ajude a garantir um abastecimento mais conciso, uma vez que as linhas de produção estão bem estabelecidas e existe menos necessidade de manobra. No início do ano, a Comissão Europeia chocou com a AstraZeneca por a farmacêutica estar a entregar a maioria da produção ao Reino Unido, o que permitiu que o país liderado por Boris Johnson avançasse no processo de vacinação.

A Pfizer é uma das farmacêuticas que tem respeitado os seus compromissos com a União Europeia, tendo até entregue mais do que estava inicialmente planeado no primeiro trimestre do ano, algo que permitiu acelerar a campanha de vacinação.

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