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“Um dia de cão”. Jornalistas relatam tratamento “jamais visto” na tomada de posse de Bolsonaro

O dia em que Bolsonaro chegou ao Palácio do Planalto foi também um dia para recordar, pela negativa, pelos jornalistas presentes. Foram muitos os relatos que chegaram à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo.
3 Janeiro 2019, 15h04

Durante a tomada de posse de Jair Bolsonaro, foram registadas restrições à atuação da imprensa durante a cobertura do evento. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou relatos de jornalistas que contam terem ficado fechados durante sete horas, sem poderem-se deslocar entre os pontos de Brasília, com acesso limitado a água e casas de banho, escreve a ”Exame” brasileira.

Sob o título “Um dia de cão”, a jornalista da “Folha de São Paulo” Mônica Bergamo descreveu como “algo jamais visto depois da redemocratização do país, em que a estreia de um novo governo eleito era sempre uma festa acompanhada de perto, e com quase total liberdade de locomoção, pelos profissionais da imprensa”.

Foi dada permissão a um salão nobre do Palácio do Planalto a um jornalista de cada veículo, porém vetando o acesso às autoridades. Movimentos bruscos, como por exemplo por parte dos fotógrafos que costumam levantar as câmaras também foram vetados pela assessoria do novo governo, já que poderiam disfarçar o porte de potenciais armas.

Os jornalistas também tinham ordem para embarcar no autocarro às 8 horas rumo ao Congresso. A posse presidencial estava marcada para começar às 15 horas (sete horas de espera). Foi vetada a distribuição de café e as cadeiras foram retiradas, levando aos profissionais trabalharem sentados no chão. Os lanches deveriam ser levados em sacos transparentes, e maçãs deveriam ser cortadas – já que inteiras causariam alguma lesão no presidente “se atiradas”.

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