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Uma casa cheia de nada – os “Estados Gerais” da treta

À primeira vista, dir-se-ia que a primeira sessão dos “Estados Gerais “do PS-M foi um sucesso, mas só assim pode pensar ou isso afirmar quem se ficar pelas profusamente gordas das parangonas e não souber separar o trigo do joio nem saber que frutos há secos e pecos, por dentro, por mais que a casca reluza, e for enganado pelo muito palavreado que foi dito.
14 Junho 2018, 07h15

À primeira vista, dir-se-ia que a primeira sessão dos “Estados Gerais “do PS-M foi um sucesso, mas só assim pode pensar ou isso afirmar quem se ficar pelas profusamente gordas das parangonas e não souber separar o trigo do joio nem saber que frutos há secos e pecos, por dentro, por mais que a casca reluza, e for enganado pelo muito palavreado que foi dito.

Desta vez, neste escrito, nem vou perder tempo com o facto do candidato independente do PS-M ao Governo Regional, em 2019, não ser de confiança pelas razões que aqui já escrevi e repeti. As mentiras são da responsabilidade dos mentirosos. Com eles vivem e com elas têm-se que aguentar quem neles acredita. Não é, certamente, o meu caso. Estou, quanto a isso, super-tranquilo que, se não quebrei com o Alberto João Jardim, muito menos o farei com personagens menores.

Nem tão-pouco vou perder muito tempo com a curiosa coincidência de a Câmara Municipal do Funchal ter pago principescamente aos dois matutinos regionais serviços de comunicação e publicidade e terem sido mais do que muitos os anúncios publicados dos “Estados Gerais”. É apenas, repito, uma coincidência. Também há dias tive uma feliz coincidência. Achei uma moeda de um cêntimo no chão e eu que, raramente, encontro o que quer que seja, fiquei assaz feliz, até dei pulos de contente.

Também não vou perder muito tempo com o facto de o actual presidente do PS-M, que não é candidato ao Governo Regional, cuja máxima da política é o Porto Moniz inventou o arroz de lapas só ter sabido das escolhas dos coordenadores e dos temas pela comunicação social.

De igual modo, não vou perder tempo em perorar sobre a ausência das políticas de juventude nos temas, o que causou indisposição gástrica ao líder da JS-Madeira, mas sejamos honestos e assertivos, que jovem, por mais irreverente e reivindicativo que seja, pode nele confiar e votar?! Só se padecer de estupidez congénita. A JS-M andou anos no limbo sem qualquer proposta inteligente, sem qualquer contributo válido para os jovens da Região. Aliás, lembro-me bem de assistir a um congresso deles, jovens socialistas, em que a grande proposta política foi um lugar nas listas para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, como, igualmente, lembro que, na campanha autárquica de 2017, tal pessoa só meteu os pés na campanha do Funchal e na do pai, no tal vilarejo que tem menos habitantes do que a Estrada do Conde de Carvalhal.

Nem quero perder tempo a questionar a ausência destas situações (o desconhecimento dos “illuminati” e a ausência de uma coordenação para a área da juventude e as críticas internas que isso suscitou) não serem publicadas na imprensa regional que recebe “alvísceras”, como goza um dos poucos amigos socialistas que ainda tenho, da CMF. A comunicação social da Região sempre foi situacionista e oblíqua.

Muito menos quero perder tempo a ironizar que o nome escolhido “Estados Gerais” pode não ser tão bom quanto parece. António Guterres não teve nenhuma maioria absoluta e acabou saindo pela porta do cavalo afirmando que o país estava num pântano.

E menos ainda quero perder tempo em apontar outras ausências, deveras importantes para uma mudança de paradigma na governação regional, beneficiando em concreto os madeirenses e porto-santenses, tais como Autonomia, Democracia e Cidadania, Turismo (por si só), Política Fiscal, Acessibilidades e Transportes, Cooperação Externa, Diáspora, Inovação e Qualificação, entre outras.

E podia continuar sem parar enumerando muitas mais situações em que não quero perder muito tempo, mas fico-me por três, a conta que Deus fez, pela hipocrisia extrema e pérfida de haver uma coordenação de Igualdade de Género e para bom entendedor não é preciso sequer meia palavra, a permanência dos lobbies que enriqueceram com o jardinismo, bem como o rosto da educação, mais conhecido por ter sido um “vereador-fantasma” na CMF e por ter passado a vida ignorar o PS lá nas acções públicas da escola que dirige – os convidados eram sempre do PSD, isto para não falar da sua participação televisiva numa noite eleitoral.

Em resumo, que o artigo já vai longo e não quero dar muitas dores de cabeça a quem não consegue ler mais do que as poucas linhas que vê e faz que lê nas redes sociais, lá cheia a casa estava, o que não surpreende, o poder e a ideia de chegar à Quinta Vigia são poderosos e inebriantes afrodisíacos e, como já aqui escrevi, até a matemática pós-eleitoral é-lhes aparentemente favorável, mas lá ideias, zero, não houve nada, todavia, caso queiram ideias e medidas em concreto basta irem ler a Moção “Verdade e Credibilidade” que Carlos Pereira apresentou aos militantes e à Madeira nas últimas eleições internas do PS-M, está lá tudinho, podem plagiar, afinal, é coisa a que já estão habituados.

E para terminar, que nunca gostei de hipocrisias, é verdade que bem podem ganhar mas não será com o meu voto nem com os votos da minha família.

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