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União Europeia “muito preocupada” que Reino Unido rasgue acordo do Brexit

Ignorando as advertências que já recebeu de Bruxelas, relativamente que a quebra do tratado iria impedir qualquer acordo comercial, Londres garantiu que iria ignorar algumas partes do acordo assinado em janeiro deste ano, que colocou um ponto final a anos de negociação.
9 Setembro 2020, 19h46

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu estar “muito preocupada” com a hipótese do Reino Unido rasgar o acordo alcançado para o Brexit, depois do Governo britânico reconhecer, de forma explícita, que pode ignorar determinadas partes do tratado de divórcio, violando uma lei internacional.

Na rede social Twitter, von der Leyen manifestou estar preocupada “com os anúncios do Governo britânico sobre as suas intenções de violar o Acordo de Saída [da União Europeia]”, uma vez que isso “violaria o direito internacional e enfraqueceria a confiança”. “Pacta sunt servanda = a base de relações futuras prósperas”, acrescentou ainda a presidente da Comissão Europeia, citando um princípio base do direito internacional.

Ignorando as advertências que já recebeu de Bruxelas, relativamente que a quebra do tratado iria impedir qualquer acordo comercial, Londres garantiu que iria ignorar algumas partes do acordo assinado em janeiro deste ano, que colocou um ponto final a anos de negociação.

O Governo britânico assumiu que o direito internacional seria quebrado “de uma forma muito específica e limitada”. Por sua vez, John Major, antigo primeiro-ministro conservador, deixou o alerta ao governo de que “se perdermos a nossa reputação de honrar as promessas, teremos perdido algo além do preço que nunca pode ser recuperado”.

As conversas de uma possível quebra chegam no dia em que o negociador-chefe da União Europeia, Michel Barnier, aterrou em Londres para iniciar uma nova ronda de negociações comerciais. De acordo com a “Reuters”, estas conversas de uma possível quebra podem significar que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, não quer aceitar as negociações já impostas.

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