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“Único governo que a AD vai viabilizar depois de 10 março vai ser o governo da AD”, afirma Nuno Melo

No discurso da convenção da Aliança Democrática o presidente do CDS-PP aproveitou para deixar uma sugestão a André Ventura. “Trate de deixar de ser o aliado útil das esquerdas. Perceba quais são as prioridades em Portugal”, referiu.
21 Janeiro 2024, 11h28

Ataques à esquerda e promessas para os jovens, famílias e empresas portuguesas foram os principais destaques do discurso de Nuno Melo, na convenção da Aliança Democrática (AD) que decorre este domingo no Centro de Congressos do Estoril. Desde logo, o presidente do CDS-PP fez questão de esclarecer a questão de viabilizar um governo socialista, caso a AD não ganhe as eleições de 10 de março.

“Sei muito bem quem são os nossos adversários. São as esquerdas, mas são também todos aqueles que querem o insucesso da Aliança Democrática. Para que fique claro, o único Governo que a Aliança Democrática vai viabilizar depois de 10 março vai ser o Governo da AD quando vencermos as eleições”, afirmou Nuno Melo, deixando depois uma sugestão ao líder do Chega, André Ventura.

“Trate de deixar de ser o aliado útil das esquerdas disponível para apresentar moções de rejeição a este Governo da AD para dar a mão ao PS, Bloco de Esquerda, CDU, ao PAN e ao Livre. Perceba quais são as prioridades em Portugal”, referiu, salientando que a vitória da Aliança Democrática é uma questão de interesse nacional, muito mais do que o interesse do Partido Social Democrata e do CDS-PP.

Nuno Melo partiu depois para o ataque aos seus adversários políticos, com principal foco numa fase inicial no Bloco de Esquerda e Chega, que acusou de copiar as medidas dos bloquistas. “O Bloco de Esquerda propôs o aumento das pensões minímas até ao valor so salário mínimo nacional e o Chega copiou mais uma vez a ideia, só que desta vez sem a máquina de calcular. Com isso, o Bloco de Esquerda e o Chega garantiriam um rombo permanente nas finanças públicas todos os anos de perto de 14 mil milhões de euros”, sublinhou Nuno Melo, exemplificando o custo que este rombo implicaria no país.

“Estamos a falar num rombo equivalente a oito aeroportos do Montijo, dois aeroportos de Alcochete, cinco TAP se tivermos em conta os 3,2 mil milhões de euros que já todos metemos lá dentro, o dobro de todos os impostos pagos anualmente por todas as empresas portuguesas, mais de dois terços do orçamento total do Serviço Nacional de Saúde, quase metade do orçamento para a educação, é obra. Em comum, Mariana Mortágua e André Ventura têm a capacidade para levar Portugal à bancarrota, tal e qual José Sócrates, só que mais rápido”, salientou o presidente do CDS-PP.

Contudo, Nuno Melo deixou as principais críticas para o governo socialista realçando que o PS merece perder as eleições pela “absoluta incompetência” ao longo dos oito anos de governação. “O Partido Socialista não se define pelo que promete a dois meses das eleições, define-se pelo que fez durante oito anos nas governações, essa é a essência do PS, os últimos dois meses são só propaganda. O socialismo é inimigo do mérito e do esforço. O socialismo só é bom a cobrar e proibir”, afirmou Nuno Melo.

“Votar neste PS é como comprar um bilhete para o Titanic sabendo que vai afundar”

O presidente do CDS-PP criticou depois o atual secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, alertando que caso este vença as eleições, os portugueses irão pagar impostos até depois de morrerem.

“Se Pedro Nuno Santos vencer as eleições pagaremos impostos mais altos sempre que comessemos, bebessemos, conduzimos, fumamos, quando trabalhamos e ser proprietários e agora até quando morrermos. Com Pedro Nuno Santos vai ser até à campa, mortos teremos o Fisco a perseguir-nos. Já nem mortos nos livraremos do Fisco. Votar neste PS é como comprar um bilhete para o Titanic sabendo que vai afundar, as pessoas estão avisadas”, referiu.

A finalizar o seu discurso, Nuno Melo aproveitou para anunciar medidas caso a AD vença as eleições, nomeadamente viradas para os jovens, famílias e empresas, aproveitando para deixar novas críticas ao governo. “A AD vai tomar medidas para que se possa ser jovem e viver em Portugal, se os jovens saem hoje de Portugal não é por causa de Passos Coelho e de Paulo Portas, é por causa de António Costa e Pedro Nuno Santos”, realçou.

Entre as três medidas com que a AD se compromete prendem-se com os jovens a pagar uma taxa máxima de IRS de 15% até aos 35% e isentos de IMT na compra da primeira habitação, a redução da taxa de IRS em todos os escalões, exceção feita ao último para devolver rendimentos às famílias e reduzir o IRC em dois pontos por ano até aos 15% para que as empresas em Portugal no final da legislatura “possam ser mais competitivas, paguem melhores salários, não por decreto, mas porque a riqueza finalmente se pode distribuir”.

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