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UNITA não reconhece vitória do MPLA e admite impugnar eleições

O líder da UNITA Isaías Samakuya, afirma, em entrevista à TSF, não reconhecer a anunciada vitória do MPLA, chegando mesmo a admitir impugnar as eleições. Mas não coloca de parte uma coligação.
24 Agosto 2017, 16h34

Depois do comunicado emitido pelo MPLA em que reclama a vitória nas eleições gerais por maioria qualificada, Isaías Samakuya, líder da UNITA, o maior partido da oposição, foi entrevistado pela TSF. Aos microfones da rádio lusa, Samakuya diz não reconhecer a vitória do MPLA, afirmando mesmo ter indicação de que o MPLA está em desvantagem na contagem dos votos, sobretudo em zonas onde há mais eleitores registados.

“As indicações que tenho são completamente diferentes. Posso dizer que há tendência que coloca o MPLA em posição de desvantagem”, começou por dizer Samakuya à TSF. “Não tenho informação clara neste momento. As indicações que tenho são satisfatórias. Vamos esperar. Devo dizer apenas que essas indicações dizem respeito a áreas bastante importantes do país, portanto com elevado número de eleitores.”

A corroborar estas afirmações estão os números divulgados à agência Lusa por Adalberto da Costa Júnior, dirigente da UNITA e membro da equipa de coordenação do centro de escrutínio do partido. Apuradas 6.150 mesas de voto, o escrutínio paralelo da UNITA coloca o MPLA com 47,60% dos votos, seguido da UNITA, com 40,20%. Atrás na contagem estão a coligação CASA-CE, com 9,15%, o PRS (1,55%), a FNLA (1,10%) e a APN (0,40%).

“Mas temos de ressalvar que já temos as atas síntese das assembleias de voto de Cacuaco e de Viana [dois dos municípios mais populosos de Luanda e do país] e do Huambo, em que os resultados são extremamente favoráveis à UNITA. Vamos aguardar pela sua inserção no sistema”, apontou Adalberto da Costa Júnior.

Impugnação e coligação 
Na mesma entrevista, Samakuya alega a existência de casos de irregularidades nas eleições e admite poder vir a impugnar as eleições. “Se houver razões para isso, naturalmente que seremos levados a tomar posições que a lei permite e prevê. Mas isso tudo depende de uma avaliação adequada”, afirma o líder da UNITA.

Também não está fora de cogitação uma coligação, segundo diz Samakuya à rádio portuguesa: “Estaremos abertos a fazer essa coligação de acordo com as circunstâncias que os resultados nos apresentem. Independentemente do partido, se os resultados recomendarem uma coligação para podermos estar em maioria na assembleia nacional, naturalmente que tentaríamos esta modalidade.”

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