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Universidade da Madeira quer lançar oferta letiva em áreas estratégicas

A Universidade da Madeira pretende ainda consolidar a atual oferta letiva.
6 Abril 2021, 07h45

O novo reitor da Universidade da Madeira, Sílvio Fernandes, quer consolidar a atual oferta letiva, e ainda lançar outra oferta em áreas consideradas estratégicas. O aumento de estudantes estrangeiros é também outro dos objetivos do mandato.

O seu plano de ação passará por manter a atual oferta letiva nos diversos níveis de ensino ou pretende aumentar essa mesma oferta? 

Como bastas vezes referi ao longo do percurso de apresentação do meu projeto de candidatura, a intenção primeira, neste contexto, é a de manter e consolidar a atual oferta formativa. Recordo que nos mandatos da atual Reitoria foram criados novos ciclos de estudo: as licenciaturas em Direção e Gestão Hoteleira, e em Engenharia de Computadores, como novos mestrados em Literatura, Cultura e Diversidade; em Design de Média Interativos; em Biologia Aplicada; em Estudos de Enfermagem, e a Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiátrica; e doutoramentos em Ilhas Atlânticas e em Literaturas Insulares. Procedeu-se igualmente à reformulação da oferta formativa em alguns dos cursos da Universidade. Há ainda a referir os CTeSP, que têm vindo a sofrer uma evolução muito positiva, com a oferta atual de 14 cursos, em diversas áreas.

Esta longa discriminação tem a intenção de mostrar que a oferta educativa da Universidade não é estática e conservadora.

Para o futuro, tenciono consolidar a atual oferta educativa, nos termos que acabei de expor, bem como lançar outra oferta em áreas consideradas estratégicas para a Região (desde a biodiversidade aos big data e à transformação digital, até à bioeconomia e ao turismo) e que serão, a cada momento, negociadas no sentido de garantir a sua sustentabilidade financeira e científico-pedagógica. A título meramente ilustrativo, um novo curso de licenciatura pode ter um custo anual acrescido, só em recursos humanos, de entre 300 a 400 mil euros. Esta regra não é naturalmente aplicável a cursos de mestrado ou doutoramento em áreas em que a Universidade já é especialista, necessitando-se apenas de acertos pontuais de contratações; ou aos referidos CTeSP, que são cursos financiados no quadro de programas específicos do Ministério da Tutela.

Os alunos são também outra forma de alavancar a competitividade de uma universidade. A estratégia passará por continuar a atrair estudantes nacionais, ou pretende reforçar a quota de estudantes internacionais na UMa?

Pretendo aumentar a percentagem de estudantes internacionais. Como a UMa não teve acesso aos fundos para a internacionalização, foi bastante mais difícil atrair estudantes internacionais, uma vez que não foi possível participar, por exemplo, em feiras para estudantes internacionais. Uma das oportunidades que a reação aos constrangimentos da pandemia permitiu foi o facto de estas feiras passarem a ser feitas em ambiente virtual. Desta forma, tornou-se acessível a nossa participação em diferentes feiras, o que está a acontecer neste momento. Com esta participação criámos leads para, posteriormente, através do Laboratório de Marketing Digital, fazermos campanhas específicas para esses candidatos.

Todos os anos temos 200 ou mais candidaturas, maioritariamente de estudantes da CPLP, mas a taxa de concretização é muito baixa, com a agravante de muitas destas candidaturas não estarem inteiramente instruídas, com toda a documentação necessária. Dos alunos que conseguem, de facto, ser selecionados, muitos não conseguem obter o visto atempadamente ou não conseguem mesmo obter o visto. Há uma série de aspetos burocráticos, alheios à UMa, que também dificultam este acesso por parte dos estudantes internacionais.

Neste momento, apenas cerca de 10% destas candidaturas se efetivam (entre licenciaturas, mestrados e CTeSP). O nosso objetivo é aumentar esta percentagem para 25%.

Por outro lado, temos de, à semelhança do que já sucedeu com os doutoramentos em Ilhas Atlânticas e em Literaturas Insulares, criar mestrados e mais doutoramentos em parcerias com IES de outros países. Esta é certamente uma excelente estratégia para atrair estudantes internacionais.

Leia aqui a edição do Económico Madeira de 1 de abril.

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