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Vacinas anti-coronavírus impulsionam bolsas? Analistas não descuram efeitos da vitória de Biden e dos estímulos económicos

Notícias sobre a eficácia das vacinas contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech e da Moderna animaram os investidores, mas euforia também dos mercados financeiros também se explica com a vitória de Joe Biden e com a prolongamento das medidas de estímulo económico.
17 Novembro 2020, 08h07

No espaço de uma semana, duas notícias sobre a elevada eficácia de vacinas contra o novo coronavírus animaram as principais bolsas mundiais, mas os analistas de mercado consultados pelo Jornal Económico explicaram que há outras forças que ajudaram o ânimo dos investidores.

No passado dia 9, a parceria entre a farmacêutica norte-americana Pfizer e a biotecnológica alemã BioNTech comunicou que os testes da vacina anti-Covid-19 tiveram resultados muito positivos, com uma taxa de eficácia de 90%.

O CEO da farmacêutica, Albert Bourla, disse que foi “um grande dia para a ciência e para humanidade“. E foi também um dia muito positivo para os mercados bolsistas, com o Dow Jones a registar máximos históricos intraday nessa segunda-feira, encerrando essa sessão a subir 2,95%, sendo acompanhado pelo S&P 500, em linha com as principais praças europeias — o PSI20 disparou 4,28%.

Esta segunda-feira, 16 de novembro, nova notícia positiva sobre a vacina da Moderna, com uma taxa de eficácia de 95%. E, mais uma vez, nova subida nas bolsas europeias e norte-americanas, com os principais índices a fecharem todos no verde, com o Dow Jones a tocar novos máximos históricos.

Henrique Tomé, analista da XTB, uma corretora, explicou que apesar da subida registada nas bolsas esta segunda-feira, não gerou “nem de perto” a reação que se tinha gerado na semana passada por parte do mercado.

“O mercado reagiu em alta mas essa reação em alta durou pouco tempo, pois esses movimentos de alta nos principais índices globais foram rapidamente anulados”, adiantou.

O analista explicou ainda que as notícias sobre a taxa da eficácia da vacina da Pfizer/BioNTech surgiram na “semana seguinte às eleições norte-americanas”. “Os investidores investidores ficaram otimistas com os resultados das eleições americanas que deram vitória a Joe Biden e com toda a euforia registada no mercado, o anúncio da vacina acabou por prolongar o momentum nos índices globais”, adiantou Henrique Tomé.

Por seu turno, a Sixty Degrees, uma sociedade gestora de fundos e investimento mobiliário, explicou que “estes movimentos de subida acontecem com a antecipação, por parte dos agentes no mercado financeiro que determinados setores voltem a operar normalmente, perto dos níveis pré-Covid-19”.

Em causa estão setores que registaram quebras significativas nas receitas, como os setores do turismo, aviação e restauração, e setores com potenciais problemas na valorização dos seus ativos, nomeadamente a banca.

O possível regresso à normalidade anterior à pandemia, que animou o sentimento do mercado, tem de ser conjugado com outros. “Alia-se a crença na manutenção dos estímulos económicos e financeiros por período de tempo relativamente alargado”, que têm sido uma bomba de oxigénio para a economia e os mercados financeiros, avança a Sixty Degrees.

Apesar disso, Henrique Tomé sinaliza que a euforia dos investidores “está a desaparecer” e que o problema da pandemia está a “intensificar-se”. “Parece que os investidores estão a preocupar-se com a evolução da pandemia e o mercado não consegue ignorar esse ponto”.

https://jornaleconomico.pt/noticias/maior-eficacia-e-melhor-armazenamento-o-que-se-sabe-sobre-a-vacina-da-moderna-664620

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