O Banco de Portugal revela que de janeiro até novembro de 2024, o valor total de títulos de dívida ESG emitidos por residentes aumentou três mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 28%, no seu BPstat “Mercados financeiros”, que a partir de hoje passa a integrar informação estatística sobre os setores detentores dos títulos de dívida ESG emitidos por entidades residentes, no subdomínio “Carteiras de títulos”.
Recorde-se que os títulos ESG são títulos de dívida cujos recursos se destinam a financiar projetos que combinam a proteção do meio ambiente com um impacto social positivo.
No final de novembro, estavam vivos 72 títulos de dívida ESG (Environmental, Social e Governance) emitidos por entidades residentes, num montante total de 13,6 mil milhões de euros, o que representa 4,5% do stock total de títulos de dívida emitidos por residentes.
O montante total de títulos de dívida ESG distribuía-se por categorias, sendo 9,6 mil milhões de euros de títulos classificados na categoria ESG verde (ou seja, títulos cujos recursos se destinam a financiar projetos relacionados com a proteção do meio ambiente); 2,4 mil milhões de euros de títulos classificados na categoria ESG ligado à sustentabilidade (títulos cujos recursos podem ser utilizados sem restrições, mas em que as entidades se comprometem a cumprir, no futuro, objetivos ESG pré-definidos; em geral, a taxa de juro destes instrumentos varia em função do cumprimento ou não desses objetivos); 1,1 mil milhões de euros de títulos classificados na categoria ESG social (títulos cujos recursos se destinam a financiar projetos com um impacto social positivo); e 0,5 mil milhões de euros de títulos classificados na categoria ESG sustentabilidade (títulos cujos recursos se destinam a financiar projetos que combinam a proteção do meio ambiente com um impacto social positivo).
O banco central destaca que os títulos de dívida ESG emitidos por residentes são detidos maioritariamente por entidades do setor financeiro e por entidades não residentes.
Em outubro de 2024, 71% destes títulos estavam na posse de entidades não residentes, 25% eram detidos pelo setor financeiro e 4% pelo setor dos particulares, avança ainda o BdP.
Os investidores não residentes detêm essencialmente títulos da categoria ESG verde. Em outubro, este setor tinha em carteira 8,2 mil milhões de euros de títulos classificados nesta categoria.
No caso do setor financeiro, as instituições financeiras monetárias detêm essencialmente títulos ESG ligados à sustentabilidade. Em outubro, este setor tinha em carteira 1,8 mil milhões de euros de títulos classificados nesta categoria.
O setor das sociedades de seguros e fundos de pensões tem investido essencialmente em títulos ESG verde, totalizando a sua carteira 195 milhões de euros.
Dívida emitida por entidades residentes ascende a 301 mil milhões
No final de novembro de 2024, o valor total de títulos de dívida emitidos por entidades residentes era de 300,6 mil milhões de euros, mais 1,2 mil milhões de euros do que no final do mês anterior.
Para esta variação contribuíram as valorizações em novembro de 2,1 mil milhões de euros dos títulos de dívida pública e as emissões de títulos de dívida de empresas não financeiras, que superaram as amortizações em 373 milhões de euros. Em sentido contrário, as amortizações de títulos de dívida do setor financeiro e das administrações públicas, excederam as emissões em 1,4 mil milhões e 517 milhões de euros, respetivamente.
No final de novembro, o valor total de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas era de 180,5 mil milhões de euros, o que representava 60% do montante total de títulos de dívida emitidos por entidades residentes.
O Banco de Portugal diz que “pelo quinto mês consecutivo, as amortizações de títulos de dívida das administrações públicas superaram as emissões”.
O valor acumulado, desde o início do ano, da diferença entre emissões e amortizações era positivo no montante de 10,5 mil milhões de euros.
Ainda segundo o BdP, no fim de novembro, estavam previstas, para os 12 meses seguintes, amortizações de 45,3 mil milhões de euros, o que representava 15,1% do stock de títulos de dívida vivos naquela data. Estas amortizações correspondiam a títulos das administrações públicas, no montante de 22,8 mil milhões de euros, com destaque para a amortização de obrigações do Tesouro, no valor de 13,7 mil milhões de euros, em outubro de 2025; títulos do setor financeiro, no valor de 10,4 mil milhões de euros; e títulos de empresas não financeiras, no montante de 12,1 mil milhões de euros, com destaque para as amortizações, em dezembro de 2024, de 5,9 mil milhões de euros.
“Estas amortizações correspondem, em larga medida, a papel comercial, um instrumento de financiamento de curto prazo muito utilizado pelas empresas portuguesas e que é habitualmente objeto de renovação, isto é, de amortização acompanhada de nova emissão, igualmente de curto prazo. É, por isso, uma situação normal registar-se, sistematicamente, um valor elevado de amortizações calendarizadas para o mês seguinte”, ressalva o banco central.
Stock de ações cotadas emitidas por entidades residentes cai em novembro
No final de novembro de 2024, o stock de ações cotadas emitidas por entidades residentes atingiu 59,8 mil milhões de euros, menos 2,1 mil milhões de euros do que no final do mês anterior.
Para esta variação contribuíram a desvalorização das ações das empresas não financeiras e do setor financeiro, nos montantes de 559 e 236 milhões de euros, respetivamente, e a saída de bolsa de duas empresas não financeiras, no valor de 1,3 mil milhões de euros.
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