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Venda de 25% da Benfica SAD rendeu 30 milhões a Luís Filipe Vieira e José António dos Santos, defende Ministério Público

O Ministério Público acredita que Luís Filipe Vieira terá “promovido um novo negócio, que se traduz numa operação de alienação de 25% do capital social da Benfica SAD, para efeito do qual essa participação seria concentrada na pessoa de José António dos Santos”, de acordo com o semanário “Novo”.
O presidente do Conselho de Administração da Promovalor, Luís Filipe Vieira, fala perante a Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, na Assembleia da República, em Lisboa, 10 de maio de 2021. TIAGO PETINGA/LUSA
10 Julho 2021, 10h50

A venda de 25% do capital social da Benfica SAD por 50 milhões de euros a um milionário norte-americano, por parte de Luís Filipe Vieira e José António dos Santos, será um dos elementos centrais da investigação associada à Operação “Cartão Vermelho”, de acordo com o semanário “Novo”. Esta participação terá sido adquirida por 20 milhões de euros pelo que a venda por 50 milhões de euros gerou um lucro de 30 milhões de euros.

O Ministério Público acredita que Luís Filipe Vieira terá “promovido um novo negócio, que se traduz numa operação de alienação de 25% do capital social da Benfica SAD, para efeito do qual essa participação seria concentrada na pessoa de José António dos Santos”.

Os investigadores defendem que a concentração desta operação em José António dos Santos teria sido feita “com a promessa de este vir a ficar com as mais-valias geradas pela venda das ações a um preço acima do de mercado”.

José António dos Santos é o maior acionista individual da Benfica SAD, posição que tem vindo a ser reforçada e que ascende atualmente a mais de 16%. Luís Filipe Vieira tem uma participação de 3,28% no capital da Benfica SAD, “tendo-se verificado manobras destes parceiros para a sua venda conjunta com ganhos avultados à vista”, de acordo com o despacho que motivou as buscas no passado dia 7 de julho.

Luís Filipe Vieira foi um dos quatro detidos na quarta-feira, numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.

Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

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