[weglot_switcher]

Venda de roupa em segunda mão gera milhares de milhões de euros

Intitulado “O impacto socioeconómico do vestuário em segunda mão em África e na UE27+”, o relatório da Oxford Economics indica que esta indústria contribuiu, na Alemanha e no Reino Unido, com 670 milhões de euros e 420 milhões de euros para o PIB, pela mesma ordem.
DCIM100MEDIADJI_0398.JPG
11 Outubro 2024, 19h58

O sector do vestuário em segunda mão gerou em torno de sete mil milhões de euros para os PIB dos mercados europeu e britânico, em 2023, de acordo com um relatório recente da Oxford Economics para a Humana People to People e para a Sympany+.

Intitulado “O impacto socioeconómico do vestuário em segunda mão em África e na UE27+“, o documento indica que esta indústria contribuiu, na Alemanha e no Reino Unido, com 670 milhões de euros e 420 milhões de euros para o PIB, pela mesma ordem.

Quanto ao emprego gerado no sector, cerca de 150 mil pessoas trabalhavam neste setor no ano passado, na UE, dos quais 110 mil diziam respeito a postos de trabalho verdes diretos. Passando ao perfil, “parte considerável da mão de obra tinha pouca educação formal e oito em cada dez trabalhadores eram mulheres”, segundo o documento.

“O sucesso do sector do VSM [vestuário em segunda mão] depende de uma cadeia de valor bem estabelecida entre o Norte Global e o Sul Global, gerando valor económico e empregos verdes em cada etapa. O setor faz a ponte entre a oferta e a procura globais, canalizando de forma eficiente roupas usadas do Norte Global para o Sul Global – onde a procura por vestuário acessível e de qualidade continua a crescer – garantindo que as roupas permanecem em circulação, ajudando a cumprir as metas climáticas e a proteger o ambiente. O sector contribui também para a redução da pobreza, criando oportunidades de emprego e empreendedorismo e permitindo apoiar familiares dependentes”, analisa a Oxford Economics.

Passando a alguns dos principais países mencionados no relatório, em Moçambique, este setor representa 5.700 empregos formais e, pelo menos, 15 mil postos de trabalho informais, contribuindo em 10,7 milhões de dólares para a economia do país, dos quais 2,7 milhões de dólares são diretos. No Gana, por exemplo, o vestuário em segunda mão do espaço comunitário contribuiu com cerca de 76 milhões de dólares para o PIB do país, com 35 milhões de dólares em contribuições diretas. No ano passado, foram gerados 65 mil empregos formais e informais.

“Este relatório destaca o imenso potencial do setor do vestuário em segunda mão para impulsionar o crescimento económico sustentável e a criação de empregos verdes em todos os continentes. Agora, mais do que nunca, é essencial que os decisores políticos reconheçam o valor desta indústria e ofereçam o apoio legislativo e o investimento necessários para aproveitar todo o seu potencial”, analisa Karina Bolin, diretora de Têxteis Circulares para o Norte Global da Humana People to People.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.