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Vendas de batatas fritas galegas disparam 150% depois de aparecerem no filme coreano Parasitas

A Bonilla a la vista, empresa de Arteixo na Galiza fundada em 1932, viu as vendas dispararem à medida que o filme Parasitas granjeou sucesso e venceu quatro Óscars, incluindo melhor filme.
  • Bonilla A La Vista
20 Fevereiro 2020, 12h09

A vitória a quadruplicar do filme de Bong Joon Ho na noite dos Óscares, não foi apenas celebrado em Hollywood e na Coreia do Sul. Na cidade galega de Arteixo, uma empresa familiar espanhola também encontrou motivos para festejar quando viu os números das vendas dispararem após o sucesso do filme “Parasitas”, que conquistou quatro Óscars, incluindo melhor filme.

Bonilla a la vista, que produz batatas fritas e churros há quase um século, e exporta todos os anos 40 toneladas das suas batatas fritas para a Coreia do Sul, reparou pela primeira vez numa atenção “estranha” pelo produto, no mês passado, quando as pessoas começaram a publicar fotografias de uma das suas distintas latas nítidas em azul e branco nas redes sociais. “Exportamos para 20 países, mas nunca tivemos um boom como este”, conta o representante da empresa ao jornal The Guardian, sediada em Arteixo, a cidade onde também esta sediada a Inditex, dona da Zara.

As batatas fritas podem ser compradas por 13 euros no site da empresa galega.

Pouco tempo depois, César Bonilla, proprietário da fábrica, apercebeu-se que o seu produto havia surgido na longa metragem “Parasitas”, (que arrecadou os quatro prémios mais importantes na cerimónia dos Óscares: Melhor Filme, Melhor Realização, Melhor Filme Internacional e Melhor Argumento Original),  durante uma cena em que a família Kim, infiltrada, come petiscos e bebe uísque na sala de estar dos seus patrões, os Parks.

As batatas fritas de Bonilla já eram populares na Coreia do Sul, mas o seu breve papel na longa metragem resultou num aumento de 150% nas vendas online, o que significa mais trabalho para os 100 funcionários da empresa. “Foi uma total coincidência que a lata de batatas fritas aparecesse no filme”, ​​cita o “The Guardian” uma porta-voz da empresa, que informa que as vendas aumentaram principalmente em Espanha.

“Os nossos distribuidores pediram nos mais mercadoria para responderem à procura”, explicou.

A empresa espanhola fundada em 1932, produz hoje cerca de 540 toneladas de batatas fritas por ano, das quais 60 toneladas são vendidas no exterior. Desse valor, dois terços são enviados para a Coreia do Sul. Uma lata de 500 gramas custa 13 euros em Espanha e 23 euros (29 won sul coreanos) naquele país.

O filho de Salvador, César, que começou a fritar batatas fritas e churros e entregá-las de moto, ainda lidera os negócios da família aos 87 anos. As coisas mudaram desde os dias em que ficava acordado a noite toda a fritar antes de sair no dia seguinte para deixar as latas em bares e cafés na região espanhola.

Depois de conquistar os espanhóis, chegou a oportunidade de crescer lá fora. No mercado coreano, a empresa começou a operar há quatro anos. Como agradecimento, César Bonilla planeia enviar a Bong Joon-ho uma ou duas latas em azul e branco para colocar ao lado das suas estátuas de ouro. “Ele certamente as merece”, disse Bonilla.

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