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Venezuela: Juan Guaidó intensifica contactos no exterior

Líder da oposição não descarta, tal como a Casa Branca, uma intervenção militar externa para acabar com o regime de Nicolás Maduro. A União Europeia é contra.
25 Fevereiro 2019, 11h40

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, vai esta semana intensificar os seus contactos internacionais – nomeadamente tomando parte numa reunião do Grupo de Lima, esta segunda-feira em Bogotá, e mais tarde com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence. Em debate estará a violência que grassou no fim-de-semana ao longo da fronteira e as próximas etapas do confronto com o regime de Nicolás Maduro.

Guaidó, que chegou a Bogotá este domingo e foi recebido pelo governo, prestou declarações a um jornal brasileiro, tendi fito que em cima da mesa está um pedido de intervenção militar externa na Venezuela se essa se afigurar como a única forma de vencer o regime de Madujto. Guaidó afirmou que esse tipo de intervenção está prevista na Constituição do país e que, não sendo, longe disso, a primeira opção, é uma hipótese em aberto.

Precisamente essa hipótese está desde a primeira hora em cima da mesa na Casa Branca – e, depois do encontro com Guaidó, Mike Pence já disse que irá anunciar quais são as próximas medidas patrocinadas pela administração Trump para fazer face à situação. Uma intervenção estrangeira na Venezuela parece ter muito poucos adeptos: a União Europeia é contra, a ONU também e mesmo o grupo de Lima parece muito pouco inclinado a suportar essa situação – para além da oposição musculada que a Rússia já disse que patrocinaria se uma solução do género fosse tentada.

Internamente, a posição de Guaidó sobre o assunto é, para alguns analistas, no mínimo temerária: uma coisa é uma intervenção estrangeira ao nível da ajuda humanitária outra coisa bem diferente é uma intervenção armada. Neste quadro, a posição de Guiadó pode ter como resultado perder alguns apoios e resultar na diminuição da base de sustentação interna da oposição.

Portugal participa na reunião do Grupo de Lima como observador, sendo representado pela embaixadora em Bogotá, Gabriela Soares de Albergaria, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

“Para nós, a solução política de que a Venezuela carece não se obtém através de uma intervenção externa. Essa intervenção só agravaria ainda mais o problema. Há países que têm dito que todas as soluções estão em cima da mesa. Não é essa a posição da União Europeia. Nós achamos que a solução por via de uma confrontação interna não é solução, e a solução por via de uma solução externa também não é solução”, declarou o ministro português Augusto Santos Silva à Lusa.

O balanço do fim-de-semana de violência nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e o Brasil é de pelo menos quatro mortos e centenas de feridos – o governo da Colômbia fala em pelo menos 285, dois camiões incendiados (com 50 toneladas de comida e medicamentos a bordo) e um sem número de escaramuças ao longo da fronteira.

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