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Venezuela. Serviços secretos invadem Assembleia Nacional e gabinete de Guaidó

As forças da segurança da Venezuela e os serviços de informação do Estado da Venezuela cercaram a Assembleia Nacional incluindo o gabinete de Juan Guaidó. O motivo? A existência de uma alegada bomba no local.
Juan Guaidó Twitter / @jguaido
14 Maio 2019, 17h39

As forças de segurança secretas, leais a Nicolás Maduro, invadiram todo o edifício, incluindo o gabinete do presidente da Assembleia e líder da oposição, Juan Guaidó, esta manhã de terça-feira.

A operação foi justificada pela alegada existência de uma bomba no local, escreve o “El Universal”, que aconteceu horas antes da realização de uma sessão para debater a insurreição militar fracassada contra o Presidente Nicolás Maduro.

“Funcionários do Sebin, com a desculpa de que há um artefacto explosivo dentro das instalações, tomaram o Palácio Federal”, afirmou a deputada Manuela Bolivar à AFP.

Segundo o presidente auto-proclamado e figuras aliadas, quinze agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e elementos da Assembleia Constituinte entraram no edifício, bloquearam a entrada e terão arrombado as gavetas da presidência e da vice-presidência. Este ano, é a terceira vez que os serviços secretos cercam o local.

Juan Guaidó, reconhecido desde janeiro por várias nações, incluindo Portugal como presidente interino da Venezuela, reagiu à invasão da Assembleia numa série de tweets.  Para o presidente auto-proclamado, o cerco representa o “medo da legitimidade da Assembleia” e diz que Maduro, a quem chama “cobarde”, suspeita de todos os que o rodeiam. “Acham que o poder está nos edifícios, nas gavetas, num par de chaves. O poder que um dia tiveram, perderam-no quando perderam o povo”, continuou.

A conta oficial da Assembleia Nacional partilhou um vídeo onde é possível ver os militares no local e testemunhos de vários deputados da oposição a falar em direto a partir do local. Denunciam o cerco e a “perseguição” do regime.

A Assembleia Nacional é dominada pela oposição a Nicolás Maduro que, para a contornar,  estabeleceu a Assembleia Constituinte, plena dos seus apoiantes

Esta ocupação ocorre depois de, a 8 de maio, o Supremo Tribunal da Venezuela emitir mandados de detenção contra sete deputados, após a aprovação de um decreto nesse sentido pela Assembleia Constituinte. No dia seguinte à noite o Sebin deteve, também, o vice-presidente da Assembleia Nacional e braço direito de Guaidó, Edgar Zambrano.

O serviço de informação nacional, Sebin, foi criado em 2010 pelo então Presidente Hugo Chávez, substituindo a Direção de Serviços de Informação e de Prevenção (DISIP). Com cerca de 2 mil agentes, a principal função do Sebin seria, afirmou Chávez, lutar contra ainsegurança.

em atualização

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