As viagens para Moçambique, essencialmente associadas ao turismo, tiveram um peso de 46 milhões de euros na balança de serviços de 2024, apesar do forte recuo após a agitação pós-eleitoral, segundo dados de um relatório do Banco de Moçambique.
“A rubrica de viagens, embora tenha sido afetada no último trimestre devido à tensão pós-eleitoral, registou uma receita estimada em 52,5 milhões de dólares [46 milhões de euros]. Este desempenho continua a ser sustentado pelos resultados positivos acumulados até ao terceiro trimestre de 2024, decorrente do aumento do fluxo migratório de não residentes e pela consequente procura dos serviços de turismo e lazer oferecidos pela nossa economia”, lê-se no documento.
No relatório sobre a balança de pagamentos, o banco central refere que a componente de viagens até registou um valor negativo no último trimestre, enquanto no total de 2023 ascendeu a 34,4 milhões de dólares (30,2 milhões de euros), mas aquém do recorde, de 2022, então superior a 60 milhões de dólares (52,3 milhões de euros).
Moçambique viveu quase cinco meses de tensão social, com manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, saldando-se na morte de 400 pessoas e destruição de bens.
Desde março que o país está em processo de pacificação, havendo registo de, pelo menos, dois encontros para esse efeito entre o Presidente da República, Daniel Chapo, e Mondlane.
A Lusa noticiou em maio que o transporte aéreo movimentou acima de 2,4 milhões de passageiros em Moçambique em 2024, mais quase 25% num ano, segundo dados oficiais que apontam a previsão de três milhões em dois anos.
De acordo com dados da Autoridade de Aviação Civil de Moçambique (IACM), o transporte aéreo movimentou em 2024 um total de 2.445.240 passageiros, e 81.636 movimentos de aeronaves, contra 1.974.523 passageiros em 2023, devendo crescer mais 11% este ano, para pouco mais de 2,7 milhões.
As “melhorias das condições aeroportuárias associadas com a capacidade dos aeroportos dos destinos atuais e potenciais de lazer turístico, como Vilanculos, Inhambane, Chimoio, Ponta do Ouro”, e o “aumento dos esforços para os mercados de maior valor e os procedimentos envolvidos na obtenção de um visto” por parte dos turistas estrangeiros são fatores identificados pelo IACM que justificam a previsão de crescimento do tráfego aéreo em Moçambique.
Em 2027, o regulador do setor estima que o transporte aéreo deverá movimentar no país mais de 2,9 milhões de passageiros e no ano seguinte 3,1 milhões, crescimento que aponta também para a carga movimentada, que deverá crescer de 18.027 toneladas no ano passado para mais de 21.600 toneladas em 2027.
No final de 2024 estavam registadas em Moçambique 88 aeronaves, de 14 operadores comerciais, um total de 12 aeroportos, 21 aeródromos públicos e 256 aeródromos privados.
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