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Vinte e cinco países já têm vacinas chinesas. O que se sabe sobre estas vacinas?

A China tem investido bastante no desenvolvimento de vacinas para combater o novo coronavírus. Mas o empenho chinês tem gerado desconfiança. Polónia, a República Checa e a Hungria são três dos Estados-membros da UE que já encomendaram a vacina chinesa contra a Covid-19. Co
9 Março 2021, 12h57

Numa altura em que as campanhas de vacinação na Europa decorrem a um ritmo lento, são já alguns os países da União Europeia (UE) que pretendem vir a recorrer à vacina produzida pela China. A Polónia, a República Checa e a Hungria são três dos Estados-membros da UE que já encomendaram a vacina chinesa contra a Covid-19. Contudo, a vacina chinesa ainda não foi avaliada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Mesmo sem o crivo da EMA, há países europeus que procuram a solução chinesa. O Estado chinês já conta com quatro vacinas para a Covid-19. Na Hungria, a vacina chinesa já representa 32% do fornecimento total de vacinas para aquele país. A Hungria, que já recebeu 550 mil doses da vacina da Sinopharm em fevereiro, é um dos 25 países que vai receber a vacina chinesa.

Mas Pequim ambiciona chegar a mais países. Segundo a Associated Press, a China quer entregar meio 500 milhões de doses em 45 países.

A China tem investido bastante no desenvolvimento de vacinas para combater o novo coronavírus. Mas o empenho chinês tem gerado desconfiança.

O que se sabe sobre as vacinas chinesas para a Covid-19?
A China já aprovou quatro vacinas e tem, pelo menos, outras oito em desenvolvimentos finais, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). As vacinas já aprovadas pelas autoridades chinesas são da Sinovac, duas da Sinopharm uma desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim e outra desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan.

Quais resultados há sobre as vacinas chinesas?
Os resultados relacionados com as vacinas chinesas só começaram a ser publicados no final de 2020. No caso da CoronaVac, produzida pela Sinovac, que começou a ser usada em agosto de 2020, revelou uma eficácia de 51% na prevenção de novos casos de Covid-19 no Brasil e na Turquia, entre cerca de 12 mil profissionais de saúde. Mas, já neste mês de março, investigadores turcos relataram uma eficácia acima dos 80%, tendo por base uma amostra inferior a sete mil pessoas inoculadas com menos de 59 anos de idade.

A primeira vacina da Sinopharm, aprovada em dezembro de 2020, foi apresentada com uma eficácia de 86% nos testes realizados nos Emirados Árabes Unidos e uma taxa de 79% num estudo realizado na China. A segunda vacina da Sinopharma terá uma taxa de eficácia de 72,5%.

Quantas doses pode a China produzir?
Além da ambição de produzir e entregar 500 milhões de doses a 45 países, Pequim não tem uma meta oficial ou um número que permita mensurar a sua real capacidade de produção. Facto é que a China arrancou com a produção em massa de quatro vacinas no verão de 2020.

Em janeiro, foi anunciado que as entidades responsáveis pelas vacinas chinesas já aprovadas vão produzir, pelo menos, 2,6 mil milhões de doses, segundo a Associated Press. Só as projeções de Sinovac apontavam para a produção de entre 300 a 500 milhões de doses por ano no início do ano. Mas, em fevereiro, o presidente da farmacêutica, Yin Weidong, referiu que a empresa poderá vir a ser capaz de produzir mil milhões de doses por ano.

Já a Sinopharm anunciou este mês que poderá vir a produzir três mil milhões de doses por ano, segundo o Global Times.

Quais são os países que vão recorrer à vacina chinesa?
O Estado chinês promete que a exportação das suas vacinas não terá qualquer custo para os países que as queiram receber. A medida já mereceu criticas, pela suspeita de que Pequim use a vacina como uma “arma” diplomática. Apesar das criticas, contam-se já 25 países que recorreram à China para encontrar uma solução no combate à pandemia da Covid-19.

De acordo com a plataforma Our World in Data, os países que recorreram à vacina chinesa são: Bahrein, Camboja, Egito, Hungria, Jordânia, Macau, Marrocos, Paquistão, Peru, Senegal, Sérvia, Seychelles, Emirados Árabes Unidos,  Zimbábue, bem como o Brasil, Chile, Guatemala, Hong Kong, Indonésia, Malásia, Chipre (parte turca apenas), Filipinas, Tailândia, Turquia e Uruguai.

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