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Visabeira ganha contratos para levar eletricidade a 200 mil famílias moçambicanas

Consórcio formado pela Visabeira Infraestruturas e Electrotec SA (empresa moçambicana participada pela Visabeira) venceu três dos nove contratos.
10 Abril 2024, 07h41

O grupo português Visabeira foi escolhido para três empreitadas para levar eletricidade a mais de 200 mil famílias em zonas rurais de Moçambique, um investimento público de 24,5 milhões de dólares (22,6 milhões de euros).

Em causa está o projeto “ProEnergia+” lançado pela estatal Eletricidade de Moçambique (EDM), a concretizar em 24 meses e em que o consórcio formado pela Visabeira Infraestruturas e Electrotec SA (empresa moçambicana participada pela Visabeira) venceu três dos nove contratos, segundo edital a que a Lusa teve hoje acesso.

O primeiro desses contratos, de mais de 4,9 milhões de dólares (4,5 milhões de euros), envolve, na província de Manica, a construção de 550 quilómetros (km) de condutor 33KV, de 166 km de linha de baixa tensão (0,4KV), a instalação de 165 transformadores de distribuição montados em postes, a ligação elétrica a 42.181 agregados familiares, a instalação de 3.020 postes de iluminação pública e a substituição de outros 2.140 postes.

O segundo contrato, com a empreitada a decorrer na província de Tete, vai custar mais de 6,1 milhões de dólares (5,6 milhões de euros) e envolverá a construção de 751 km de condutor de 33KV, de 235 km de linha de baixa tensão (0,4KV), a instalação de 275 transformadores de distribuição montados em postes, a ligação elétrica a 51.946 agregados familiares, bem como a instalação de 4.680 postes de iluminação pública.

O terceiro contrato, na província da Zambézia, no valor de quase 13,5 milhões de dólares (12,4 milhões de euros), prevê a construção de 1.866 km de condutor de 33KV, de 660 km de linha de baixa tensão (0,4KV), a instalação de 547 transformadores de distribuição montados em postes, a ligação elétrica a 108.165 agregados familiares e a instalação de 10.780 postes de iluminação pública.

Além do consórcio com a Visabeira, a adjudicação dos restantes seis contratos do projeto foi feita à Elemech Engenharia, no valor de 2,5 milhões de dólares (2,3 milhões de euros), ao consórcio MPI e LRC, no valor de 3,4 milhões de dólares (3,1 milhões de euros), à AD Power, no valor de mais de quatro milhões de dólares (3,7 milhões de euros), ao consórcio Tes Top e Qingdao Powtech, no valor de 24,5 milhões de dólares (22,5 milhões de euros), e à Routeways, por 5,1 milhões de dólares (4,7 milhões de euros).

Moçambique realizou mais de meio milhão de novas ligações domiciliárias de eletricidade em 2023, elevando a taxa de cobertura acima dos 50%, segundo dados da execução orçamental do ano passado, noticiados anteriormente pela Lusa.

De acordo com o documento governamental sobre a execução de janeiro a dezembro de 2023, o processo de “expansão da rede elétrica nacional permitiu o estabelecimento de 522.824 novas ligações domiciliarias”.

Destas, 382.403 foram concretizadas através da Rede Elétrica Nacional e 140.421 “através de sistemas isolados”.

Assim, acrescenta o documento, a taxa da população com acesso a energia elétrica passou de 47,8% em 2022 para 53,4% em 2023.

Moçambique prevê atingir em 2030 o acesso universal à energia com medidas que incluem a expansão da infraestrutura elétrica e soluções fora da rede, segundo a Estratégia de Transição Energética (ETS).

“A expansão da rede será fundamental para garantir o acesso universal à energia”, tanto elétrica como térmica, aponta o documento aprovado pelo Governo, recordando que, segundo a Estratégia Nacional de Eletrificação, para atingir este objetivo em 2030, com uma percentagem de 70% de soluções ligadas à rede e 30% fora da rede, serão necessárias “aproximadamente 2,5 milhões de novas ligações na rede e dois milhões de ligações fora da rede”.

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