Vítor Gaspar vai sair do cargo de diretor do Departamento de Finanças Públicas do Fundo Monetário Internacional (FMI), anunciou hoje o organismo.
O ex-ministro das Finanças juntou-se ao FMI há 11 anos, em 2014 e vai deixar o cargo em novembro deste ano.
“O Vítor trabalhou para aumentar a experiência da instituição em todas as áreas das finanças públicas, incluindo receitas fiscais, receitas governamentais, políticas de gastos e gestão das finanças públicas. Vai deixar um legado de trabalho na implementação de políticsa fortes, advogando pelas populações mais frágeis e encontrando formas de combater a desigualdade”, disse em comunicado a diretora-geral do FMI,
A responsável destacou que Vítor Gaspar foi “mentor de muito colegas no Fundo” e aproveitou para congratular-se com o seu trabalho. “Estamos especialmente gratos pela sua partilha das suas análises (…) e das suas abordagens inovadoras para entregar apoio de elevada qualidade aos nossos membros”.
Sob a liderança de Vítor Gaspar, o seu departamento “desempenhou um papel importante na resposta à Covid-19”, segundo o FMI, acrescentando que Vítor Gaspar foi responsável por implementar grupos para apoiar os países membros aos desafios orçamentais associados com transições estruturais.
Vítor Gaspar foi ministro das Finanças entre 2011 e 2013, tendo sido uma das principais caras a aplicar as medidas de austeridade da troika em Portugal.
Para a posteridade ficaram frases suas como: “É um enorme aumento de impostos” ou as conferências de imprensa onde explicava as medidas num tom professoral.
Vítor Gaspar demitiu-se em julho de 2013 do Governo de Passos Coelho deixando críticas aos seus colegas do executivo pela falta de coesão interna para aplicar medidas de auteridade.
Gaspar saiu depois de concluída a sétima avaliação do programa da troika e da preparação do Orçamento retificativo, e depois do segundo chumbo do Tribunal Constitucional ao corte de subsídios de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas.
Na sua carta de despedida de 1 de julho de 2013 escreveu:
“É a minha firme convicção que a minha saída contribuirá para reforçar a sua liderança e a coesão da equipa governativa.
O incumprimento dos limites originais do programa para o défice e a dívida, em 2012 e 2013, foi determinada por uma queda muito substancial da procura interna e por uma alteração na sua composição que provocaram uma forte quebra nas receitas tributárias. A repetição destes desvios minou a minha credibilidade enquanto o Ministro das Finanças.
A ausência de um mandato para concluir atempadamente o sétimo exame regular não me permite agora continuar a liderar a equipa que conduz as negociações com o objectivo de melhor proteger os interesses de Portugal.”
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com