O socialista António Vitorino não vai avançar com uma candidatura às presidenciais do próximo ano, revelou o próprio na antena da SIC Notícias na noite desta quinta-feira. “Já decidi. Não me apresentarei a candidato. Sempre disse que devia haver apenas um candidato nesta área politica”, disse, explicando que a sua “candidatura não reuniu consenso suficiente para ser uma candidatura única”.
O ex-comissário europeu não quis dizer em que momento tomou a decisão de não avançar para a corrida a Belém, se quando António José Seguro avançou ou no momento em que percebeu a progressão que a candidatura do antigo secretário-geral do PS tem tido no seio do partido. “Decidi quando decidi”, limitou-se a responder.
Vitorino garante ter feitos esforços no sentido de haver uma candidatura única na ala socialista e sublinhou que o facto de não se apresentar “não quer dizer que vai haver só uma”. “Os candidatos não estão fechados, ainda falta muito tempo, estamos a sete meses do ato eleitoral”.
Sobre a sua decisão, reforçou: “Na minha interpretação de quais eram as condições políticas necessárias para que eu pudesse tomar a decisão de avançar, elas não estão verificadas. (…) Manifestamente não reúno as condições para ser o candidato do centro-esquerda”.
Questionado sobre se José Seguro reúne essas condições, Vitorino não quis comentar. “Seria de uma enorme deselegância que viesse fazer comentários sobre outros candidatos”. E conclui dizendo que a “pequena história fica para depois”.
Vários apoiantes de Seguro têm apelado a que o partido o apoie na corrida a Belém, entre os quais o histórico Manuel Alegre. Em declarações ao Jornal Económico, o presidente honorário do PS sublinhou que o antigo secretário-geral é “que tem melhor qualidade e a melhor situação para poder disputar a segunda volta” das presidenciais. Sobre se haveria espaço para surgirem outros candidatos socialistas, Manuel Alegre considerou ser “difícil” e avisou: “Sob pena de criarem fraturas irreparáveis no PS”.
Também em declarações ao JE, a antiga ministra do PS Maria de Belém defendeu que o partido deve declarar apoio a Seguro. “Acho que não se pode estar sempre a postergar e a adiar decisões que são importantes. Tem de se assumir aquilo que está perante nós: há um candidato do PS e não se conhece mais nenhum”, disse a ex-candidata presidencial, que concorreu sem o apoio do partido do qual foi presidente. “Terminadas as eleições internas, não há tempo a perder. Deve haver uma posição a ser tomada pelos órgãos competentes como é próprio de um partido democrático”, posicionou-se.
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