O candidato presidencial Vitorino Silva, mais conhecido pela alcunha “Tino de Rans”, defendeu em entrevista ao Jornal Económico que, entre outras alterações na legislação eleitoral, os emigrantes portugueses passem a eleger dez deputados para a Assembleia da República. Uma mudança que mais do que duplicaria o número atual (quatro) e que, em seu entender, devia ser acompanhada pelo fim da separação entre os círculos de Europa e Fora da Europa. “Os emigrantes são tão portugueses em New Jersey como em Paris”, defende o candidato que obteve 152.094 votos nas presidenciais de 2016 (3,28%), considerando “uma vergonha e provinciano” que se mantenha a distinção e realçando que deve passar a haver a garantia de que os deputados sejam mesmo emigrantes.
A solução defendida por Vitorino Silva para o aumento de deputados da emigração, depois de no debate com André Ventura ter concordado que a Assembleia da República deveria passar a ter menos de 230 eleitos, envolveria reduzir o número daqueles que atualmente representam os círculos que têm mais deputados, como os de Lisboa e Porto. “É tipo Robin dos Bosques: tirar aos ricos para dar aos pobres”, explica.
Igualmente defendida pelo candidato que também é presidente do RIR – Reagir, Incluir, Reciclar é a junção dos círculos alentejanos, permitindo que mais partidos obtenham representação parlamentar nessa região. “Há distritos que têm dois deputados, como Portalegre, e nunca ninguém consegue lá entrar. Seria diferente se o Alentejo juntasse Évora, Portalegre e Beja, com sete, oito ou dez deputados”, afirma Vitorino Silva, que aponta igual para os círculos de Vila Real e Bragança e para os distritos do Centro.
Para o candidato a quem a mãe deu o “conselho sábio” de nunca pedir esmola ou aceitar rebuçados, “pois podem estar envenenados”, não foi esquecida a resistência inicial à sua inclusão nos debates entre candidatos presenciais. “As televisões não me chamaram, apertaram-me, maltrataram-me e quiseram abafar a voz do povo”, disse, repetindo que não “entra na casa de ninguém se não lhe abrirem a porta com carinho”. “Nunca pedi um frame de televisão, nunca pedi um segundo de rádio, nunca pedi uma linha num jornal”, garante.
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