“As grandes companhias petrolíferas dos Estados Unidos tinham negócios com muito sucesso na Rússia. Acreditamos que voltarão a dado momento. Porque é que iriam desperdiçar a oportunidade de aceder aos recursos naturais da Rússia? Também precisamos de realizar projetos conjunto, por exemplo, no Ártico e noutras áreas”, disse Kirill Dmítriev, diretor-geral do Fundo Russo para Investimentos Diretos na Rússia (RFPI).
“As empresas norte-americanas perderam 300 mil milhões de dólares com as sanções contra a Rússia”, afirmou o responsável, citado pelo “ABC”.
A Exxon Mobil detinha 30% do projeto Sakhalin-I, na ilha de Sacalina, no extremo oriente da Rússia. Retirou-se do projeto, mas não conseguiu vender a participação.
Dmitriev acena agora com a devolução da participação de 30% se regressar à Rússia.
A companhia anunciou em março de 2022 que iria desinvestir em ativos no valor de 4 mil milhões de dólares. A empresa já tinha saído de vários projetos após a invasão da Crimeia em 2014.
Já a Chevron detinha 15% no Caspian Pipeline Consortium (CPC), um pipeline entre o Cazaquistão e o Mar Negro russo, com a Exxon Mobil a deter 7,5%.
Outra companhia americana era a Halliburton, que presta serviços no sector petrolífero, que também acabou por sair, assim como a Schlumberger que opera na mesma área.
Mas havia outras petrolíferas ocidentais na Rússia até à invasão: a francesa Engie, a norueguesa Equinor, as finlandesas Fortum e Neste; a austríaca OMV; as britânicas BP e Shell; as francesas TotalEnergies e Engie; a alemã Uniper; a italiana Eni.
Dmitriev é próximo da família de Vladimir Putin, cuja filha Ekaterina Tikhonova estudou e trabalhou com Natalia Popova, a esposa do diretor do RFPI.
Dmitriev, 49 anos, estudou nos Estados Unidos em Harvard e Stanford na década de 90, tendo depois trabalhado no Goldman Sachs e na McKinsey.
Em 2011, foi nomeado por Vladimir Putin para dirigir o RFPI, tendo mantido contactos com a administração de Donald Trump quando foi eleito pela primeira vez em 2016.
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