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Vladimir Putin vai recorrer à decisão da Agência Mundial Antidopagem

A decisão unânime tomada esta segunda-feira pela AMA exclui a Rússia dos Jogos Olímpicos de 2020 e dos Jogos de Inverno e do Campeonato do Mundo de futebol em 2022. Putin não perdeu tempo e já anunciou o recurso.
10 Dezembro 2019, 14h54

A Rússia tem 21 dias para responder às sanções propostas pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) anunciadas, esta segunda-feira, e Vladimir Putin já indicou que irá avançar com um recurso à decisão do comité, defendendo que o país tem “motivos para recorrer” contra a proibição de quatro anos imposta pelo comité de desporto.

O comité executivo impôs, por unanimidade,  uma proibição de quatro anos à Rússia de participação em todas as competições desportivas globais, incluindo os Jogos Olímpicos de 2020 e o Campeonato do Mundo de futebol de 2022. Em causa está a manipulação de dados pelos laboratórios antidopagem russos, de forma a esconder casos de atletas dopados.

Os atletas individuais podem competir nos eventos se puderem provar que não estão envolvidos ou afetados pelos dados laboratoriais manipulados que levaram à aplicação das sanções, explica o “The Guardian”, esta terça-feira.

Numa entrevista à à agência de notícias russa “TASS”, o líder do país explicou que “temos todos os motivos para interpor recurso ao TAD [Tribunal de Arbitral do Desporto]. Existem outras considerações também, mas é importante que essa questão seja analisada por especialistas e advogados que conversariam com os nossos parceiros com esse conhecimento”.

Se o recurso não tiver sucesso, a Rússia ficará de fora do Jogos Olímpicos de Tóquio do próximo ano, dos Jogos de Inverno Pequim 2022 e do Mundial de futebol no Qatar, em 2022.

“O castigo não pode ser coletivo e afetar as pessoas que nada têm a ver com certas violações”, continuou. “Eu acho que os especialistas do AMA também entendem isso. Se alguns deles tomam tais decisões sobre punição coletiva, então parece-me que há motivos para acreditar que [não] se preocupam com o desporto global limpo, mas sim com questões políticas que nada têm a ver com os interesses desportivos e o movimento olímpico”, concluiu.

A punição, contudo, deixa aberta a possibilidade de centenas de atletas russos poderem participa em Tóquio, tal como já aconteceu nos Jogos Olímpicos de Inverno na Coreia do Sul no ano passado quando idêntica punição vigorava. Apesar do país não poder ter representação, os atletas russos que não tenham casos de doping podem competir a título individual, sem bandeira e com uniforme neutro. No futebol isso não poderá acontecer.

A Rússia ainda poderá competir na Euro 2020 no próximo verão, e São Petersburgo poderá organizar os jogos também já que o Campeonato Europeu não é uma competição global. É dirigido pela UEF e não pela FIFA.

O comité executivo da AMA decidiu pela punição com base nas denúncias pormenorizadas num relatório de um comité liderado pelo advogado britânico Jonathan Taylor, entregue no final do mês passado. A decisão do comité da AMA de punir a Rússia com uma proibição dura foi unânime, disse o porta-voz da agência.

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