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Voos domésticos em Moçambique com menos 5% de passageiros no final de 2024

De acordo com um relatório do IACM, este movimento contrasta com os 309.588 passageiros de voos domésticos no quarto trimestre de 2023, refletindo os problemas operacionais que há vários meses afetam a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
15 Maio 2025, 18h29

O movimento de passageiros nos voos domésticos em Moçambique recuou 5% no último trimestre de 2024, para 292.753, devido aos problemas nas ligações aéreas, segundo informação da Autoridade de Aviação Civil de Moçambique (IACM) consultada hoje pela Lusa.

De acordo com um relatório do IACM, este movimento contrasta com os 309.588 passageiros de voos domésticos no quarto trimestre de 2023, refletindo os problemas operacionais que há vários meses afetam a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).

Em termos de aeronaves, o movimento doméstico recuou 12%, com 8.427 no último trimestre do ano passado.

“Redução do movimento de aeronaves a nível doméstico devido aos atrasos de voos”, lê-se nas conclusões do relatório, que reconhece ainda que o aumento nos custos de combustível neste período, bem como na manutenção de aeronaves, “e outros custos operacionais”, tornaram o transporte aéreo “menos viável economicamente”.

No transporte regional, em África, o número de passageiros transportados no último trimestre do ano passado cresceu 12%, para 135.106, enquanto nos voos intercontinentais o crescimento foi de 46%, para 43.514.

No final de 2024 estavam registadas em Moçambique 88 aeronaves, de 14 operadores comerciais, para um total de 12 aeroportos, 21 aeródromos públicos e 256 aeródromos privados.

A LAM anunciou este mês a integração temporária de uma aeronave Boeing 737-500 na sua frota, como forma de “aliviar a pressão” que a companhia tem vindo a sentir nos voos diários.

Em comunicado, a transportadora aérea estatal referiu que a aeronave está a operar desde 06 de maio, tendo capacidade para transportar 134 passageiros e “a vantagem de acomodar mais volumes e carga”.

“Aliviando a pressão dos voos diários da companhia”, explica a LAM, acrescentando que passa assim a operar com quatro aeronaves, incluindo os anteriores: um CRJ 900 e dois Embraer 145.

A LAM justificou, em 24 de abril, o cancelamento e constante reprogramação de voos com a redução da frota para três aviões, após a retirada de duas aeronaves de CRJ 900, da sul-africana CemAir, na sequência da rescisão unilateral do contrato.

Com a retirada dos aviões da companhia privada sul-africana CemAir CRJ 900, com capacidade para 90 passageiros cada, a companhia estatal moçambicana passou então a operar com três aviões – que agora passam a ser quatro -, contando ainda com uma outra, para 37 passageiros, mas que não opera com regularidade, já que não é propriedade da LAM.

A LAM afirmou que a rescisão de contrato com a companhia sul-africana proprietária dos aviões CRJ 900 foi feito “de forma unilateral, sem pré-aviso”, com consequências na redução “drástica do escoamento de passageiros”.

A companhia avançou em 31 de janeiro com um procedimento para tentar contratar o fornecimento de aeronaves Embraer ERJ190 e Boeing 737-700, segundo edital noticiado anteriormente pela Lusa, mas não são conhecidos resultados do concurso.

Há vários anos que a LAM enfrenta problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à deficiente manutenção das aeronaves.

Em fevereiro o Governo autorizou a venda de 91%, a empresas estatais, da participação do Estado na transportadora LAM, indicando que o valor vai ser usado para aquisição de oito aeronaves.

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