WalkMe Solutions lança-se para a realidade virtual em 2025

As levadas foi o que colocou a WalkMe Mobile Solutions no ‘mapa’. Agora vem um novo desafio para a organização resultante da sua junção ao eGamesLab. Este passo vai levar a empresa a se aventurar numa nova área, a da realidade virtual. Tal será feito através de um jogo, um quiz, que está previsto ser lançado em 2025 como explica a CEO da WalkMe Mobile Solutions, Lígia Gonçalves, ao Económico Madeira.

“Até agora nós só fazíamos mobile. E a partir de agora vamos pegar na realidade virtual e vamos aventurar-nos neste mundo novo. Nós vamos entrar num mercado que neste momento está a começar e nós temos uma perspetiva muito positiva, e vamos entrar [nesse mercado] numa boa altura”, explica Lígia Gonçalves.

O jogo será um quiz. “Vamos estimular a parte do bem-estar, do relaxamento, mas ao mesmo tempo vamos estar a aprender”, refere a CEO da WalkMe Mobile Solutions, sobre o jogo que está previsto ser lançado em 2025.

Questionada sobre se a realidade virtual pode vir a ser uma área core na atividade da Walkme Mobile Solutions, Lígia Gonçalves diz que “não descarta” esta possibilidade.

“Os telemóveis ainda existem e estão muito sólidos, ou seja, hoje em dia nós usamos o telemóvel para tudo. E é difícil acreditar que nós vamos usar esses óculos [realidade virtual] para tudo. Portanto, neste momento é muito mais rentável os telemóveis do que esta nova realidade, mas pode vir a ser um novo produto que gera, por exemplo, uma spinoff da nossa empresa e ali consigamos ter dois cores, é o temos os telemóveis e temos também a realidade virtual”, refere Lígia Gonçalves.

No âmbito do eGamesLab, um consórcio com ‘raízes’ na Região Autónoma da Madeira que tem como foco as indústrias criativas, a Walkme Mobile Solutions já lançou outro jogo. O Waste Rush.

“Entramos no eGamesLab com um desafio. Fomos desafiados a pensar num jogo ligado à green agenda. O Waste Rush pega no conceito da reciclagem. Basicamente nós somos os condutores de um caminhão de lixo e temos de ir juntando os resíduos que estão na estrada. E depois esses resíduos vão ter que ser separados um bocado para simular aquilo que se passa numa estação de tratamento de resíduos. A ideia aqui é seguir a filosofia que nós já temos na nossa empresa, que as pessoas consigam aprender enquanto jogam, sem dar por isso. Ou seja, as pessoas vão jogando, vão recebendo dicas e informações do que podem reciclar, qual é a melhor forma [de o fazer], e como podem usar essa informação no seu dia-a-dia”, explica Lígia Gonçalves sobre o conceito do Waste Rush.

Apesar do eGamesLab lançar a WalkMe Mobile Solutions em direção à realidade virtual foi a aplicação WalkMe que acabou por dar a conhecer a empresa ao mundo.

“O objetivo [da WalkMe] era servir de guia a todos aqueles que fazem caminhadas na Madeira. A aplicação foi evoluindo conforme a tecnologia, e também com a informação”, salienta Lígia Gonçalves.

“Nós temos caminhadas que existiam há 12 anos que hoje já não estão em boas condições. Temos trilhos que entretanto mudaram porque houve derrocadas. Por exemplo o Pico do Arieeiro-Pico Ruivo, quando nós criamos a aplicação e fizemos o primeiro reconhecimento, existia um percurso e hoje o percurso é diferente. Com este boom do turismo, vem outra coisa que se tem falado muito é que é a lotação das caminhadas. Numa ótica de tentarmos aumentar a segurança, o que é nós fizemos? Nós reforçamos a parte da segurança. Imaginemos que eu estou perdida numa caminhada. A nossa aplicação permite mandar a minha localização em tempo real, ou para uma entidade, por exemplo, a Proteção Civil, os Bombeiros, ou mesmo para o hotel ou para algum conhecido, de maneira a que eles saibam exatamente onde é que eu estou e agilizar o processo de resgate, por exemplo”, diz Lígia Gonçalves sobre a evolução da WalkMe.

A aplicação permite também planificar as caminhadas.

“Tem também a parte do planeamento, ou seja, nós damos informação da lotação das caminhadas. Por exemplo as 25 Fontes está classificada como uma caminhada muito lotada. E também tem a questão da dificuldade. Temos pessoas que quando fazem caminhadas não estão preparadas nem ao nível do equipamento, ou seja, vão com qualquer coisa, nem ao nível do que vão encontrar, por exemplo pessoas com vertigens a fazer percursos com abismos. Tentamos, na aplicação, reforçar ainda mais essa parte que é indicar se [o percurso] tem abismos, se tem túneis, porque existem pessoas que ficam claustrofóbicas dentro dos túneis”, elenca Lígia Gonçalves.

Existem planos também para adicionar novas ferramentas à aplicação.

“Nós vamos tentar ir buscar um projeto que nós já tínhamos que é tentar colocar também a parte do trail running, criando uma secção que seja diferenciada dentro da aplicação e também estamos a planear a Grande Rota”, diz Lígia Gonçalves.

A Grande Rota da Madeira é um percurso pedestre com 93 quilómetros, que liga Machico ao Porto Moniz.

“O Governo está a fazer os trabalhos de reabilitação da Grande Rota. Seria interessante ter na aplicação [a Grande Rota]. Assim que os caminhos estiverem disponíveis nós vamos fazer o reconhecimento dos caminhos”, adianta Lígia Gonçalves.

A CEO da WalkMe Mobile Solutions refere que os percursos que são colocados na WalkMe são aqueles “que sejam seguros de se fazer”.

Da Madeira para o mundo

Apesar da WalkMe Mobile Solutions ser 100% madeirense os seus produtos são internacionais.

“Os nossos jogos são pouco descarregados na Madeira mas são muito descarregados a nível mundial. Nós temos uma empresa 100% regional porque as pessoas que trabalham cá são todas da Madeira. Somos seis pessoas todas da Madeira. Mas exportamos tudo aquilo que fazemos. Nós desenvolvemos os jogos cá mas quem os descarrega pode estar no Brasil, na Argentina, na Alemanha, etc.”, salienta Lígia Gonçalves.

Em termos dos mercados que têm tido mais sucesso para a WalkMe Mobile Mobile Solutions, estes foram mudando ao longo do tempo, explica a CEO da organização.

“Houve uma altura que a América Latina era muito forte. Neste momento estamos na Europa. A Alemanha, Holanda e França são muito fortes. E os Estados Unidos é o nosso segundo maior mercado também”, refere a CEO.