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Wall Street fecha em queda em dia de Livro Bege da Fed

Ausência de sinais das negociações com a China, num dia em que se soube que o saldo da Balança Comercial norte-americana apresentou um deficit de 621 mil milhões de dólares em 2018, o nível mais elevado da última década; e as conclusões do Livro Bege justificam o pouco ânimo dos investidores.
6 Março 2019, 22h08

Os principais índices de Wall Street fecharam em terreno negativo depois de uma abertura em alta. O Dow Jones caiu 0,52% para 25.673,5 pontos; o S&P 500 caiu 0,65% para 2.771,45 pontos e o Nasdaq deslizou 0,93% para 7.505,92 pontos.

Isto num dia em que o Beige Book da Fed (19h) trouxe informação sobre o ritmo nos principais setores de atividade durante as últimas semanas nos EUA.

O Livro Bege do Federal Reserve dos Estados Unidos (Fed), documento que fornece uma avaliação detalhada da economia pelos doze bancos centrais americanos com informações compiladas em meados de janeiro e princípios de fevereiro, mostrou que o fecho parcial do governo federal por 35 dias prejudicou a atividade económica em todo o país.

A penalizar os índices também poderão ter estado os dados da ADP que mostram que o setor privado norte-americano criou 183 mil postos de trabalho em fevereiro, quando o mercado esperava 190 mil. No entanto considerando a revisão dos números de janeiro (dos 213 mil para os 300 mil) verifica-se até nos primeiros 2 meses de 2019 foram criados 483 mil postos de trabalho, quando se apontava para apenas 403 mil.

Os investidores também continuam em suspenso à espera do desenvolvimento de negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.

“Os EUA continuam a mostrar boa geração de emprego e a dar sinais positivos para a economia. Foi também revelado um défice comercial nos EUA para níveis mais elevados em 10 anos, o que aumenta o debate em torno das questões comerciais” segundo relata o analista da Mtrader, Ramiro Loureiro.

Os investidores estão a aguardar a esperada reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, marcada para o final do mês nos EUA, possivelmente em 27 de março. A reunião confirmaria que ambas as nações estão prontas para um acordo que os presidentes mais poderosos do mundo possam assinar. O presidente disse na quarta-feira que as negociações “estão a avançar”, embora não tenha dado mais detalhes.

Défice comercial dos EUA em máximos da última década

O saldo da Balança Comercial norte-americana apresentou um deficit de 621 mil milhões de dólares em 2018, o nível mais elevado da última década.

Olhando para a componente de bens, o défice comercial entre os EUA e a China aumentou 11,6% para os $419 mil milhões, um nível recorde. Igual leitura quando comparado com a União Europeia e México.

O corte de impostos tem levado a um incremento da procura interna e consequente aumento das importações, ao passo que a apreciação do dólar prejudica o desempenho das exportações, revela o analista do BCP.

Ao nível das ações, as da General Electric caíram 7,99% depois do analista do JP Morgan manter o preço-alvo de 6 dólares para as ações da General Electric, considerando-o “generoso” tendo em conta as últimas notícias.,

No Dow Jones, a cadeia de farmácias Walgreens perdeu 3,63% e lidera as quedas, seguida pela farmacêutica Pfizer (-2,38%) e Caterpillar (-1,68%). No lado positivo, destacam-se alguns títulos: o grupo químico Dow Dupont (1,49%), Walt Disney (0,76%) e Cisco Systems (0,91%) foram os mais otimistas.

Por outro lado, a queda do índice Nasdaq é mais pronunciada devido ao mau dia do índice de semicondutores da Filadélfia, já que caiu mais de 2% e é uma das principais quedas do mercado.

O petróleo WTI está a cotar nos 56,2 dólares o barril o que traduz uma queda de 0,64%. O Brent, ao contrário, está em ligeira subida de 0,08% para 65,91 dólares.

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