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Wall Street fecha negativa com previsões do FMI para a economia mundial

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista em relação ao crescimento económico mundial devido ao abrandamento registado no final do último ano, à guerra comercial entre os EUA e a China e à incerteza política em muitas economias.
Brendan McDermid / Reuters
9 Abril 2019, 21h49

A sessão de hoje foi marcada por algumas inversões de sentimento e a bolsa norte-americana fechou na mesma linha das europeias, isto é, em queda.

O Dow Jones fechou a cair 0,72% para 26.150,6 pontos; o S&P 500 desceu 0,61% para 2.878,24 pontos e o Nasdaq caiu 0,56% para 7.909,3 pontos.

O corte das projeções económicas por parte do FMI acabou por levar a uma reação negativa por parte dos investidores e levar as bolsas europeias a encerrarem em queda e Wall Street foi contagiada.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou sua previsão de crescimento global para 3,3% em 2019 em relação à previsão anterior de janeiro, fixada em 3,5%. Embora até 2020, a agência tenha mantido a sua estimativa em 3,6%, no “World Economic Outlook” (WEO) divulgado esta quarta-feira.

Além disso, reduziu a previsão para os EUA de crescimento do PIB em 2019 para 2,3%, face a 2,5%, devido às tensões comerciais com a China e à moderação do investimento das empresas, à medida que o efeito positivo do corte de impostos aplicado no ano passado começa a chegar ao fim.

No entanto, o FMI também indicou que espera uma recuperação do crescimento “a partir do segundo semestre do ano” devido à importante mudança de foco dos bancos centrais em todo o mundo para uma política mais acomodatícia “que tem sido possível devido à falta de pressão inflacionista”.

A ameaça dos EUA em aplicar tarifas a 11 mil milhões de dólares de importações vindas da União Europeia como retaliação aos subsídios atribuídos pela UE à fabricante de aviões francesa e que na visão dos líderes norte-americanos colocam pressão concorrencial sobre a Boeing, ajudou a levar a bolsa dos EUA para terreno negativo.

Hoje, o Governo dos EUA admitiu a possibilidade de aplicar tarifas adicionais a uma lista de mais de 300 produtos que vêm da União Europeia em retaliação pelos supostos subsídios públicos que os vinte e oito países emprestam ao construtor aeronáutico europeu Airbus e que representam um impacto negativo anual de 11.000 milhões de dólares (9.765 milhões de euros), de acordo com as estimativas do escritório do US Trade Representative (USTR).

Ao nível das empresas destaque para a Pinterest que debutará na bolsa norte-americana (IPO) no próximo dia 17 de abril com um preço de saída entre 15 e os 17 dólares.

Em termos macroeconómicos, a confiança nas PMEs dos EUA volta a melhorar em março.

Na frente macro, a destacar ainda o índice semanal de vendas a retalho Redbook que subiu 0,1% para 4,8% ano a ano. A inflação e os dados da inflação subjacente, para março, serão publicados na quarta-feira. No caso do IPC subjacente, que exclui alimentos e energia, espera-se uma recuperação de 0,2%, até 2,1% ano-a-ano.

Além disso, na quarta-feira será publicada a ata da última reunião da Federal Reserve, na qual o banco central confirmou que concluirá o programa para reduzir o seu balanço em setembro. As atas também antecipam a previsão de não aumentar as taxas de juros em 2019, embora isso não fosse suficiente para Donald Trump, pois aproveitou os dados de emprego de março para pedir à Fed para reduzir os juros e lançar um programa de compra de ativos para estimular a economia.

O relatório do trabalho mostrou a criação de 196.000 empregos, acima dos 180.000 esperados e dos 33.000 criados em fevereiro, que foram revistos ​​em alta face a 20.000. A taxa de desemprego permaneceu em 3,8%.

Na 6ª feira, serão conhecidos os resultados do JP Morgan e da Wells Fargo.

O petróleo corrige face aos ganhos de ontem e o crude WTI cai 0,48% para 64,09 dólares. O Brent desce 0,62% para 70,66 dólares.

O euro aprecia a 0,01% para 1,1264 dólares.

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