O Partido Comunista Chinês (PCC) confirmou esta terça-feira o estatuto de Xi Jinping como o mais poderoso líder político chinês desde Mao Tsé-Tung, ao incluir o seu nome e as suas teorias na constituição chinesa.
Xi Jinping indica que este é um passo significativo para assegurar a construção de “uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspetos”, iniciando assim um segundo mandato de cinco anos à frente da segunda maior economia mundial.
O conceito de “socialismo com características chinesas para uma nova era” de Xi Jinping foi incluído na constituição do país, depois dos 2.287 delegados, oriundos das 31 províncias chinesas e de diferentes estratos sociais terem aprovado o decreto com unanimidade, no encerramento do XIX Congresso do partido, que se realiza de cinco em cinco anos. A doutrina de Xi é vista como uma rutura com o período de reformas económicas de Deng Xiaoping, nos anos 1970.
“O povo e a nação chinesa têm um grande e brilhante futuro pela frente”, afirmou Xi Jinping, durante o Congresso do partido que decorreu no Grande Palácio do Povo. “Neste grande momento, sentimo-nos mais confiantes e orgulhosos. E simultaneamente, sentimos o grande peso da responsabilidade”.
Os analistas políticos acreditam que a era de Xi Jinping está agora a começar a sério. Zhang Lifan, comentador político em Pequim, indica ao jornal britânico ‘Financial Times’ que “só o nome de Mao [Tsé-Tung] foi consagrado na ideologia do partido ainda enquanto este era vivo, pelo que estamos a tocar em algo novo aqui”. “Ele quer fazer parte daquele panteão de líderes”, afirma.
Xi Jinping quer que em 2049, ano em que se celebra o centenário da fundação da República Popular da China, a sociedade chinesa seja já mais moderna e próspera. A emenda da constituição vai permitir a Xi Jinping continuar a ser considerado o líder supremo do país, mesmo depois de ter abandonado o cargo. Os analistas acreditam que o governante pode estar a preparar caminho para se manter além de 2022, data em que termina o seu segundo mandato.
“A alteração [à Constituição chinesa] é uma confirmação indireta de que ele continuará até 2027”, afirma Willy Lam, especialista em relações internas da China na Universidade de Hong Kong.
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