As autoridades da Alemanha pagaram milhões de euros pelos designados Panama Papers, a maior recolha de documentos sobre evasão fiscal em todo o mundo. A compra terá sido de cinco milhões de euros, segundo a agência espanhola EFE. O presidente do Departamento Federal de Investigações (BKA), Holger Münch, adiantou em comunicado que a entidade possui os dados e que se trata do maior volume de informação com a qual o BKA já trabalhou.
A notícia foi avançada pelo jornal Bild e pela revista Der Spiegel, ambos alemães, esta quinta-feira e só mais tarde a instituição federal confirmou que detinha os documentos. O vencedor? Nem sombras ou sinais de quem seja.
A BKA indicou ainda que iria arquivar o inventário de em formato eletrónico para o avaliar detalhadamente, mas não confirmou a quantia de cinco milhões de que falaram os meios de comunicação social. Pelo menos por enquanto, as investigações estarão exclusivamente à sua coordenação e só se houver suspeitas de crime é que são encaminhadas para a Procuradoria–Geral de Frankfurt.
No passado mês de abril, o Süddeutsche Zeitung informou que, pelo menos, 28 entidades bancárias alemãs tinham ligação à sociedade Mossack Fonseca, envolvida nas revelações dos chamados Panama Papers. Além do maior banco alemão, o Deutsche Bank, também o Commerzbank, o BayernLB e o antigo Dresdener Bank estariam envolvidos nos negócios com a sociedade de advocacia e consultoria. A denúncia da imprensa alemã revelou que no mínimo seis dos sete principais bancos alemães utilizaram os serviços do escritório através da criação de mais de 1,2 mil empresas-fantasma.
Os ventos dos paraísos fiscais também atingiram Portugal. No seguimento da polémica das offshores, foi aprovado a 15 de maio o envio de uma missão para Portugal pela comissão de inquérito do Parlamento Europeu aos Panama Papers. A missão pretende falar com o Banco de Portugal, Polícia Judiciária, Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque, os ministros das Finanças da altura e Paulo Núncio, antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do Governo de Passos Coelho, avançou o semanário Expresso na altura, um dos órgãos de comunicação portugueses envonvidos na investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas.
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