O número de farmácias em insolvência triplicou em cinco anos, passando de 241 em 2012 (8,3% do total) para 630 em 2017 (21,4%), segundo dados divulgados hoje pela ANF.
O secretário-geral da associação, Nuno Flora, disse à agência Lusa que em fevereiro de 2017 foi assinado um acordo com o Governo para chegar a medidas que possam inverter o desastre para centenas de farmácias, mas a sua aplicação ainda está “muito lenta”.
Nuno Flora indicou que a crise se acentuou a partir de 2012, quando as exigências da ‘troika’ no processo de resgate financeiro a Portugal reduziram as margens de 20% para entre 17% e 17,5 por cento.
O objetivo era que o Estado gastasse menos 50 milhões de euros com a redução das margens, mas por ter sido “mal aplicada” e se ter prolongado no tempo, o setor das farmácias lucrou menos 600 milhões.
Entretanto, indicou, as despesas das farmácias são as mesmas e de ano para ano, a tendência internacional tem sido para a redução dos preços dos medicamentos.
Agora, a ANF considera essencial que esse corte nas margens seja revisto, tal como o regime de turnos, a regulamentação de descontos nos medicamentos e a possibilidade de as farmácias oferecerem “novos serviços”, tal como cuidados de enfermagem e nutrição.
“Não se aumenta despesa, porque as instalações e as pessoas já existem, e incorporavam-se outros profissionais na atividade das farmácias, que têm proximidade com as pessoas”, argumentou.
Num acordo celebrado no ano passado com os ministérios das Finanças e da Saúde, já se apontava para serem tomadas as medidas que as farmácias agora reclamam, e o setor espera que o Estado português seja “uma pessoa de bem” e honre os seus compromissos, indicou Nuno Flora.
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