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BE pede ao Governo para salvar empresa histórica de Tomar

Deputados questionaram Ministério da Economia sobre eventual apoio a um plano de recuperação da Prado Karton. Prazo legal de resposta termina esta sexta-feira.
27 Agosto 2017, 17h01

A empresa Prado Karton (antiga Companhia do Papel do Prado, com 245 anos de história), sediada em Tomar, está em processo de insolvência desde julho de 2017, apesar de ter faturado mais de um milhão de euros no mês anterior, lançando 72 trabalhadores para o desemprego. Na altura disseram-lhes que não tinha sido possível “apresentar um plano de recuperação que garantisse a viabilidade” da empresa, adquirida pela Atena Equity Partners em fevereiro de 2016. Dois deputado do BE estão a tentar salvar esses postos de trabalho, questionando o Ministério da Economia (ME) sobre a possibilidade de apoiar um plano de recuperação da empresa.

O problema é que já passaram 30 dias desde que os deputados Carlos Matias e Paulino Ascensão remeteram a primeira pergunta formal e o ME ainda não deu qualquer resposta. O prazo legal para o fazer terminou esta sexta-feira. “Se não responder, no início da próxima semana vamos enviar mais uma pergunta, a terceira tentativa de desbloqueamento deste situação que afeta a vida de 72 pessoas e respetivas famílias,“ realça Carlos Matias, contactado pelo Jornal Económico. Mas porque é que não respondem? “Talvez por não terem uma resposta positiva para dar, uma solução para o problema,“ admite o deputado do BE (eleito pelo distrito de Santarém).

O Jornal Económico contactou o ME, tendo obtido a seguinte resposta: “O ME já reuniu com a Câmara Municipal de Tomar e a comissão de trabalhadores da empresa, estando a acompanhar a situação. Da nossa parte, e até à Assembleia de Credores, prevista para o dia 12 de setembro, não iremos fazer qualquer comentário.”

Os deputados do BE alegam que a Atena Equity Partners comprou a Prado Karton há cerca de um ano, “anunciando-se como a empresa portuguesa ‘dedicada exclusivamente a investir em situações que requeiram capital e capacidade de execução para implementar mudanças operacionais e financeiras’. O investimento nunca chegou, as fábricas da Prado Karton da Lousã e de Tomar foram separadas, constituindo-se a primeira como a principal credora da segunda, numa operação cujos perigos o Estado não pode ignorar, não só pela capacidade produtiva e postos de trabalho em risco, mas também pelas especiais responsabilidades públicas neste processo. A Finpro, anterior proprietária da Prado Karton, era detida em mais de 27% pelo Estado.”

Após uma primeira reunião com os trabalhadores da empresa, o BE questionou o Governo sobre “o acompanhamento que estaria a dar a esta situação. Essa pergunta, que aguarda ainda resposta, data de 24 de julho. Posteriormente, após nova reunião com os trabalhadores, fomos informados da disponibilidade dos trabalhadores para um plano de recuperação da empresa que possa evitar a sua liquidação na assembleia de credores marcada para 12 de setembro de 2017. Os trabalhadores precisam de apoio a acompanhamento na procura de soluções.”

Neste contexto, os deputados do BE remeteram as seguintes perguntas dirigidas ao Governo e ao ME em particular: “O Ministério da Economia reuniu com os trabalhadores da Prado Karton? Tem o Governo disponibilidade para promover e apoiar um plano de recuperação da empresa que permita manter os seus postos de trabalho e a capacidade produtiva instalada?” Mas o ministro Manuel Caldeira Cabral não responde.

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