O governo federal norte-americano limitou estritamente a venda de silenciadores de armas de fogo. No entanto, a indústria de armamento, que há décadas se queixa dessas restrições, está a pedir uma nova legislação para tornar os silenciadores mais fáceis de comprar.
Um dos principais apoiantes desta alteração legislativa é Donald Trump Jr., ávido caçador e filho mais velho do presidente eleito.
A alteração legislativa referente a esta matéria estancou no Congresso no ano passado, mas com os republicanos encarregues da Casa Branca e do Senado, os defensores dos direitos das armas estão entusiasmados com as perspetivas para este ano, esperando conseguir posicionar o projeto de lei não como uma questão da Segunda Emenda mas sim como uma melhoria da saúde pública no sentido de proteger os tímpanos dos 55 milhões de proprietários de armas.
O projeto com o nome Lei de Proteção Auditiva pretende que se deixem de colocar os silenciadores na mesma categoria das metralhadoras e granadas, eliminando assim um imposto de 200 dólares e o processo de aprovação de nove meses.
“Trata-se de segurança”, explicou Trump Jr. ao The Washington Post em entrevista com o fundador da SilencerCo, um fabricante de silenciadores do Utah. “É uma questão de saúde, francamente”, explicou o filho do presidente.
Os defensores da prevenção da violência estão indignados com o facto de a indústria estar a tentar aliviar as restrições dos silenciadores relacionando a questão aos tímpanos.
“Eles querem que o público em geral pense que é sobre aparelhos auditivos ou algo assim. É uma maneira tola e inteligente de fazer isso, eu acho” disse Kristen Rand, diretora legislativa do Violence Policy Center, argumentando que esta legislação facilitará a ocultação dos ataques dos criminosos e potenciais atiradores em massa.
A indústria de silenciadores e grupos de direitos de armas dizem que os críticos estão a exagerar os perigos, citando estudos que comprovam que os silenciadores reduzem o nível de decibéis de um tiro de 165 (um nível perigoso) para cerca de 135.
Os ativistas do controlo de armas sustentam no entanto que os silenciadores estão a ficar cada vez mais eficientes, especialmente se combinados com munições subsónica.
“Ainda se vão ouvir os tiros ao longe”, afirmou Knox Williams, presidente da Associação Americana de Supressores.
Mesmo com as restrições, os silenciadores tornaram-se um dos segmentos de mais rápido crescimento da indústria de armas, registando em 2010 285.087 silenciadores, um número que cresceu para 902.085 no ano passado.
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