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Esmeralda Dourado: “12 mil gestores tem 77% dos ativos nacionais à sua responsabilidade”

Portugal tem cerca de 12 mil gestores em empresas com faturação superior a 10 milhões de euros por ano, que têm sob a sua responsabilidade 77% dos ativos nacionais, no valor de 427 mil milhões de euros, disse hoje a gestora Esmeralda Dourado, na sua intervenção no primeiro Congresso dos Gestores Portugueses que conta com o Jornal Económico como media partner.
Cristina Bernardo
28 Novembro 2017, 17h36

Portugal tem 10,5 milhões de habitantes; destes quase 4% são gestores, quem o diz é Esmeralda Dourado, keynote speaker do painel com o título “o poder real dos gestores e a sua responsabilidade social”, no primeiro congresso de gestores portugueses da FAE – Fórum de Administradores de Empresas.

“No grupo dos 376 mil gestores se considerarmos apenas as cerca de 6.000 empresas não financeiras com um volume de negócios acima dos 10 milhões de euros identificamos encontramos um subgrupo de 12.000 gestores aproximadamente”, disse.

Estes doze mil gestores têm sob sua responsabilidade 77% dos Ativos nacionais, no valor de 427 mil milhões de euros.

“Este facto significa que a forma como os gestores portugueses desempenham a sua missão pode ter consequências sistémicas para a economia e para o conjunto da sociedade, pelo que é necessário encontrar formas de mitigar esse risco”, defendeu.

Estes 12 mil gestores lideram 900 mil colaboradores, quase 40% do emprego nacional, em empresas que geram 189 mil milhões de euros em faturação, todos os anos, exportando 61 mil milhões.

“Estes indicadores demonstram que a missão dos gestores sustentada na dialéctica do dever e poder envolve elevadas doses de risco e loca a cada um desafios a uma escala por vezes não percepcionada pelos observadores menos familiarizados com os temas empresariais e impacto as vidas de centenas de milhar de portugueses cujas vidas estão literalmente dependentes das empresas”, disse Esmeralda Dourado na sua intervenção no congresso organizado pelo Fórum de Administradores de Empresas, que está a decorrer na Culturgest, em Lisboa, com o Jornal Económico como media partner.

Esmeralda Dourado Adiantou que, numa grande empresa, “há por vezes uma significativa concentração de risco sistémico, pelo que o desempenho dos gestores é ainda mais difícil e merece mais e melhor acompanhamento de todos quanto possam contribuir para melhorar os resultados da gestão e mitigar os riscos”.

“Há algumas ideias sobre as quais podemos reflectir e dialogar, para serem melhoradas, consensualizadas e se possível concretizadas em tempo útil, porque nas empresas como na economia em geral é bom lembrar que a prazo estaremos todos mortos”, disse a gestora citando Keynes.

Esmeralda Dourado que é administradora não executiva da TAP, e atualmente integra ainda Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas – um grupo criado pelo Governo de António Costa –, liderado por José António Barros, ex-presidente da Associação Empresarial de Portugal.

“Do nosso ponto de vista, as áreas de melhoria requerem alguma regulamentação, incentivos à mudança, descriminação positiva, mais força social dos gestores, porventura alavancada por soluções de associativismo, de que é exemplo o FAE, e um sistema de autorregulação que refresque as soluções e as consciências, sustentados numa Carta de Deveres e Direitos, que estabeleça padrões de exigência, profissionalismo e eficácia com benefícios justamente distribuídos”, defendeu a gestora.

No painel participaram ainda Margarida Couto da VdA Advogados, Fernando Neves de Almeida da Boyden, e Sofia Tenreiro da Cisco.

(Notícia em atualização)

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