“As manifestações de ira são um de uma série de passos que nós, países árabes e islâmicos, vamos dar contra a decisão norte-americana de tomar a cidade de Jerusalém”, afirmou o dirigente do Hamas Salah al-Bardaawil, numa intervenção durante o protesto.
Bardawil considerou a decisão dos Estados Unidos “muito perigosa para a causa palestiniana” e “uma violação da doutrina, da história, do coração e da alma” palestiniana.
O dirigente advertiu que o anúncio da decisão de Trump conduzirá a “um levantamento popular e, nessa altura, a resistência fará queimar a terra e cortar as mãos de quem quer que tente estendê-las para Jerusalém e para os lugares sagrados”.
O dirigente da Jihad Islâmica Khaled al-Batsh também interveio no protesto para assegurar que “o povo palestiniano, em casa e na diáspora, juntamente com todos os povos livres do mundo, rejeita a tendenciosa decisão norte-americana”.
A medida de Trump, acrescentou, “confirma o fracasso do processo de paz” e os países árabes e muçulmanos devem “romper os laços com os Estados Unidos e retirar o reconhecimento de Israel e dos Acordos de Paz de Oslo” de 1993.
Os manifestantes gritaram palavras de ordem em defesa da Mesquita de Al-Aqsa, situada na Esplanada das Mesquitas, na cidade velha de Jerusalém, território palestiniano ocupado sobre o qual Israel declarou em 1980 uma soberania não reconhecida por nenhum país.
As organizações palestinianas declararam três ”dias de ira” a partir de hoje e o Hamas apelou para uma jornada de luta na sexta-feira na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia e em Jerusalém.
O presidente norte-americano, Donald Trump, deverá anunciar hoje que os Estados Unidos vão reconhecer Jerusalém como capital de Israel, e transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, contrariando a posição da ONU e dos países europeus, árabes e muçulmanos, assim como a linha diplomática seguida pelos Estados Unidos até agora.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
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