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Júdice: Novo Banco “vai ser comprado pelo preço da uva mijona”

Advogado diz que o caso tem “laivos de escândalo” e garante que a venda vai implicar perdas para o fundo de resolução e para os contribuintes.
16 Novembro 2016, 11h24

José Miguel Júdice afirmou ontem, no programa 21ª Hora da TVI24, que, as avaliações que estão a ser feitas ao Novo Banco levam a concluir que, quer na parte bancária, quer na parte não bancária, o banco “não vale nada”.

O novo comentador da TVI adianta que, “ pegaram naquilo que era o bife do lombo, a melhor parte da vaca e colocaram-na num banco de transição chamado Novo Banco. O resto deitaram fora”, começou. “Teve 4,5 biliões de molho e, para que o bife continue com aspeto comestível, precisa de mais dois ou três biliões.”

Questionado sobre a venda do banco, José Miguel Júdice explicou que será “uma tragédia para o fundo de resolução, para todos nós que vamos pagar isto de uma forma ou de outra e, a ser encontrado um comprador, o banco vai ser comprado – usando um plebeísmo – pelo preço da uva mijona.”

O antigo bastonário da Ordem dos Advogados acusou ainda o atual Governo de querer fazer a venda à pressa e revelou que o Novo Banco poderá ser vendido ao preço do BPN, o que vai implicar um prejuízo de mais de 4.800 milhões de euros. Acrescentou ainda que“isto tem laivos de escândalo. E vão ser pedidas contas, não só ao presidente do Banco de Portugal, mas aos políticos daquela altura que, com medo, fizeram uma solução que provavelmente não era a mais inteligente.”

O processo de reestruturação porque tem passado o Novo Banco tem em vista a venda, depois da primeira tentativa falhada. O prazo para a entrega de propostas, junto do Banco de Portugal, terminou na passada quinta-feira, estão na corrida ao Novo Banco, o Apollo/Centerbridge; o BPI; o Lone Star, o China Minsheng Financial, e o BCP.

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