Uma delegação de cerca de cinquenta pessoas acompanhará Emmanuel Macron na sua visita de Estado aos Estados Unidos, que começa esta segunda-feira e vai prolongar-se até à próxima quarta-feira, 25 de abril. Como em todas as viagens internacionais, o presidente da República francesa leva com ele alguns ministros e parlamentares, mas também agentes da indústria, artistas e cientistas, entre outros.
A intenção, segundo a imprensa francesa, é a de tornar claro que Emmanuel Macron considera os Estados Unidos como um parceiro privilegiado na cena internacional e que a visita não só foi preparada com todo o empenho, como é encarada como uma forma de aprofundar as relações entre os dois países.
O timing da visita não obedece a qualquer acaso: há apenas um mês, o Palácio do Eliseu e a Casa Branca ainda não tinham fixado uma data, mas depois de os dois países terem participado no ataque contra os ativos químicos do regime sírio de Bashar al-Assad, a visita assumir caráter de urgência.
Macron quer que os Estados Unidos considerem a França como o seu interlocutor privilegiado na Europa e na União Europeia – e por isso fará todos os esforços para este segundo encontro com Donald Trump (que esteve em Paris em 13 e 14 de julho do ano passado) assuma um caráter de cimeira entre dois países iguais.
Para isso, Macron terá de passar por cima da agenda internacional da União Europeia – mas esse é um esforço que o presidente francês fará de bom grado, uma vez que considera que o agregado continua a ser um vazio em termos da assunção da preponderância internacional que deveria ter.
Ainda segundo a imprensa francesa, os temas económicos vão estar também muito presentes. Trump não é propriamente um adepto do crescimento das relações económicas com terceiros, mas a França precisa de linhas de crescimento que lhe permitam desfazer alguns nós que estão a impedir a economia de atingir patamares mais saudáveis. Novidades nesta área serão boas notícias no regresso a casa – e Macron precisa desesperadamente de boas notícias para consumo interno, num momento em que a sua popularidade junto dos gauleses não é entusiasmante.
A onda de greves que tem se tem registado em vários setores indica que Macron – tal como se esperava – está com dificuldades em convencer a sociedade francesa em aceitar algumas medidas consideradas necessárias em termos de leis do trabalho e da segurança social. Macron, que foi ministro da Economia do seu antecessor, François Hollande, conhece bem o desafio que tem pela frente – e talvez por isso tenha testado, na semana passada, um discurso alternativo: num encontro com a chanceler Angela Merkel, Macron aproximou-se das posições do novo líder do Eurogrupo, o português Mário Centeno, e desviou-se da ortodoxia de Berlim em relação à austeridade e ao controlo rigoroso dos défices.
De acordo com a agenda do Palácio do Eliseu, o presidente da República chegará às 19h de segunda-feira aos Estados Unidos, onde será recebido por Donald Trump. Quando regressar a Paris irá presidir a uma conferência internacional para o financiamento da luta contra o terrorismo.
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