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Manuel Fino já deu ordem para vender ações da SDC Investimentos na OPA

“Aproveitámos a OPA para vender”, diz Manuel Fino, que admite que já deu ordem de venda dos seus quase 56%. Desta forma a Investéder passa a controlar, pelo menos, cerca de 67% da SDC, uma vez que já tem 11%.
D.R.
1 Junho 2017, 07h25

“Vamos desfazer-nos da nossa posição naquele que foi o grupo de construção Soares da Costa”, disse ao Jornal Económico Manuel Fino, empresário que através da Investifino Limited controla 55,7% da SDC Investimentos, que está sob uma OPA.

A Investifino, detida pela Manuel Fino SGPS, deu já inclusivamente ordem de venda de todas as ações da SDC Investimentos (sociedade que detém um terço da Soares da Costa Construções), o próprio empresário confirmou essa ordem ao Jornal Económico. Isto apesar do prazo para dar ordens de venda das ações ainda se prolongar até ao próximo dia 2, sexta-feira.

A OPA lançada pela Investéder, dos quadros António Castro Henriques e a Gonçalo Andrade Santos, tem o preço unitário de 2,7 cêntimos e terá a sessão de apuramento na próxima segunda-feira, dia 5, na Euronext Lisboa.

“Aproveitámos a OPA para vender”, diz Manuel Fino.

Manuel Fino, que foi um dos acionistas de referência do BCP e da Cimpor, explica que a Soares da Costa foi vítima da crise que começou em 2008, e que trouxe “algumas vicissitudes à Soares da Costa, entre elas o investimento em Angola”, diz o empresário de 92 anos.

Em 9 agosto de 2016, a SDC Construção SGPS, deliberou em assembleia geral de acionistas, com o voto favorável da SDCI, apresentar a sociedade e a sua participada Sociedade de Construções Soares da Costa ao Processo Especial de Revitalização (PER).

“É o fim de uma era”, conclui Manuel Fino que fecha assim o seu investimento no Grupo de Construção.

A Investéder precisava de obter mais de 50% dos direitos de voto da SDC Investimentos para garantir o sucesso da operação, o que só é possível com a compra da posição de 55% da Manuel Fino SGPS, agora confirmada.

Desta forma a Investéder passa a controlar cerca de 67% da empresa (uma vez que já tem 11% comprado em bolsa) pelo que já tem poder para deliberar aumentos de capital em Assembleia Geral. O que é importante dado que é intenção dos oferentes fazer uma operação harmónio para diluir prejuízos e converter créditos em capital, o que vai diluir a posição dos acionistas que não venderem na OPA.

“Antecipa-se, para esse efeito, como muito provável que, para prossecução dos objetivos de redimensionamento e de reestruturação dos créditos detidos pela Invésteder sobre a SDC Investimentos e suas participadas, se torne como necessário apresentar, a curto prazo, à Assembleia Geral da Sociedade Visada soluções de redução e/ou aumento de capital social (incluindo por via da conversão em capital da totalidade ou de parte dos créditos hoje detidos pela Oferente), contribuindo por esta via para a concretização da estratégia e dos principais objetivos de natureza financeira tidos em vista”, anuncia a empresa oferente no prospecto da OPA.

A empresa alerta que a operação que pretendem realizar de conversão de créditos em capital vai diluir as posições dos acionistas.

A Investéder quer retirar a SDC Investimentos de bolsa depois da OPA. Admitindo recorrer, caso se aplique, o mecanismo de aquisição potestativa.

A venda da participação de 33% na Soares da Costa também é admitida no prospeto.

As ordens de venda são dadas aos bancos e a operação está a ser assessorada pelo BCP.

 

 

 

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