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Pedro Marques vai a Madrid acertar calendários de investimento na ferrovia

Próxima cimeira luso-espanhola deverá realizar-se em Portugal no próximo mês de maio, em local e data a definir.
Anouk Antony/REUTERS
27 Fevereiro 2017, 17h29

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, vai amanhã a Madrid, acertar calendários e pormenores de certificações técnicas para os investimentos nas linhas ferroviárias entre Portugal e Espanha com o ministro espanhol do Fomento, Inigo de la Serna.

Como apurou o Jornal Económico, o ministro Pedro Marques vai acertar com o seu homólogo espanhol os pormenores dos convénios a serem assinados na próxima cimeira-luso-espanhola, cuja data ainda não está marcada.

O Jornal Económico apurou que a próxima cimeira luso-espanhola irá realizar-se em Portugal, em local a designar, e irá ocorrer provavelmente em maio.

O ‘dossier’ das ferrovias será o mais importante para debater entre entre Pedro Marques e Inigo de la Serna, com destaque para três eixos fundamentais: a ligação entre o porto de Sines e a fronteira com o Caia, em direção a Madrid; a ligação entre o porto de Aveiro e fronteira em Vilar Formoso, em direção a Salamanca; e a linha do Minho.

Além das questões de acerto de calendários destes investimentos ferroviários dos dois lados da fronteira, estarão em cima da mesa questões como a uniformização de bitolas ferroviárias entre os dois países e de tensão elétrica para alimentação dos comboios, além de assuntos mais específicos como as certificações técnicas.

Para uma maior celeridade neste processo, é intenção de Pedro Marques alinhar com Inigo de la Serna uma forma de intensificar os mecanismos de cooperação e de coordenação já existente entre as duas empresas estatais gestoras das redes de infraestruturas, respetivamente a IP – Infraestruturas de Portugal e a Adif.

No setor rodoviário também deverão ser tratadas algumas questões bilaterais, como as ligações de ‘last mile’ transfronteiriço, como a conclusão do IP5, entre Vilar Formoso e a fronteira, numa extensão de cerca de oito quilómetros.

Neste particular, a questão é saber como os dois países poderão encontrar formas conjuntas de potenciar a candidatura deste e de outros projetos aos fundos comunitários ainda disponíveis para este tipo de investimentos, como é o caso do CEF – Connecting Europe Facilities (Mecanismo Interligar a Europa).

A melhoria da interoperabilidade do sistema de cobrança de portagens entre os dois países é outro tema eterno da agenda das cimeiras luso-espanholas, não sendo a próxima edição uma exceção à regra, embora não se esperem grandes avanços.

Além das questões das infraestruturas, a próxima cimeira luso-espanhola deverá ainda ser marcada pelas questões bilaterais da central nuclear de Almaraz (ministérios do Ambiente) e da recente evasão de prisioneiros para Espanha (Administração Interna).

A questão da interligação das redes energéticas entre a Península Ibérica e o resto da Europa também deverá ser alvo de acordos nessa futura cimeira.

A questão da gestão das bacias hidrográficas dos rios comuns entre os dois países, cuja sustentabilidade em Portugal é ameaçada pelos constantes transvases efetuados nesses rios (Tejo, Douro e Guadiana) do lado de Espanha continua a ser um tema candente, mas quase sempre esquecido nestas cimeiras.

 

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