A Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (PGDC) atualizou para seis o número de arguidos no processo instaurado aos incêndios de Pedrógão Grande, que vitimaram 64 pessoas em junho do ano passado. O Ministério Público indica que em causa “estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de homicídio por negligência e ofensas corporais por negligência”.
Em comunicado, a PGDC indica que dois dos arguidos já tinham sido constituídos em dezembro do ano passado. São eles o comandante dos Bombeiros Voluntários de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut, e o comandante do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Leiria, Mário Cerol.
Os restantes quatro foram constituídos e interrogados como arguidos nos últimos dias de abril. Destes últimos, três deles estão ligados à área de gestão de combustíveis e o outro às operações de comando de combate ao incêndio.
A Procuradoria Geral da República tinha inicialmente avançado que seria sete os arguidos neste processo, mas veio depois retificar a informação. “Por lapso, na nota informativa hoje publicada refere-se que o inquérito relativo aos incêndios de Pedrógão Grande tem sete arguidos constituídos, sendo que, na realidade, são seis”, explica a entidade. Acrescenta ainda que todos os arguidos são pessoas singulares.
O relatório da auditoria interna da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) apontava falhas graves na organização inicial do combate ao incêndio de Pedrógão Grande, no ano passado, e revela que houve documentos que foram apagados ou destruídos. Os auditores indicam que se depararam com “limitações na obtenção de elementos de prova”, que podem ser vitais para o apuramento de responsabilidades.
O documento da ANPC indica que houve uma total desorganização no combate inicial ao incêndio, que esteve sob responsabilidade do comandante dos bombeiros de Pedrógão Grande, Augusto Arnaut. O relatório aponta demoras na chegada de veículos de comunicação e na sua localização, por não haver rede no local, o que terá contribuído para o caos.
Os incêndios de Pedrógão Grande, que deflagraram em junho de 2017, fizeram 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos.
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