“Não há estabilidade de preços numa economia se não houver estabilidade financeira [da banca]. Não há um trade-off entre as duas”, disse numa entrevista à Bloomberg TV, Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal.
Assegurar um retorno atempado da inflação ao objetivo de 2% continua na agenda do Banco Central Europeu (BCE), mesmo depois do impacto da subida rápida dos juros do banco central dos Estados Unidos (Fed) nos bancos norte-americanos.
Clara Raposo reconheceu que o Banco de Portugal está a monitorizar os bancos portugueses desde que disparou a crise na banca dos Estados Unidos e que impactou no Credit Suisse na Suíça, levando à decisão de fusão no UBS Group.
O Banco de Portugal revela que chamou todos os bancos portugueses, os grandes bancos seguidos pelo BCE e os bancos pequenos supervisionados pelo supervisor nacional.
“Mas não há sinais de especiais preocupações com os bancos portugueses, que estão fortemente capitalizados e têm robustas posições de liquidez”, disse Clara Raposo que frisou que os bancos nacionais no geral estão com rácios mais fortes do que antes da pandemia.
Clara Raposo não antevê também que, nesta fase, a fusão do UBS com o Credit Suisse impulsione movimentos de fusão na banca portuguesa.
O contexto da entrevista foram as declarações da presidente do Banco Central Europeu, Christina Lagarde, que disse que os bancos europeus devem se preparar para um crescimento económico mais lento, custos de financiamento mais altos e volumes de crédito menores.
“As instituições financeiras devem preservar cuidadosamente os seus níveis atuais de resiliência, para garantir que possam enfrentar um ambiente potencialmente menos favorável”, disse a presidente do Banco Central Europeu nesta segunda-feira.
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