A EDP passou de prejuízos de 76 milhões de euros para lucros de 303 milhões no primeiro trimestre, anunciou hoje a companhia portuguesa.
Esta recuperação foi impulsionada pela normalização da produção hidroelétrica em Portugal no inverno 2022-23, após um período de seca extrema no ano hidrológico 2021-22, que tinha resultado em perdas de 400 milhões para a EDP no primeiro trimestre de 2022.
No início de maio, as albufeiras da EDP em Portugal mantêm-se a uma quota agregada acima da média histórica para este período do ano”.
O EBITDA disparou 100% para 1.415 milhões de euros, com esta “forte recuperação” a ser suportada pela “recuperação da produção hídrica no mercado ibérico, mas também pela performance da EDP Renováveis que apresentou um crescimento de EBITDA de 14% em termos homólogos, com contribuição positiva de todos os seus quatro hubs regionais: Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia Pacífico, assim como a expansão da atividade de redes de eletricidade no Brasil”.
A companhia liderada por Miguel Stilwell de Andrade aponta que o segmento de renováveis e gestão de energia e clientes “mais do que duplicou face ao ano anterior, suportado pela forte recuperação da produção hidroelétrica em Portugal e Espanha (+125% para os 3,5TWh no primeiro trimestre de 2023) e redução dos custos com compras de gás e eletricidade nos mercados grossistas, face aos elevados níveis observados no primeiro trimestre de 2022, o que mais do que compensou a redução em 45% da produção termoelétrica, sobretudo em Espanha.
O crescimento do EBITDA da EDP Renováveis foi suportado no aumento de 5% da capacidade, um crescimento de 11% da produção de energia renovável e a subida de 8% do preço médio da energia vendida, impulsionado por novos PPAs a preços atualizados, renovação de contratos financeiros de venda de energia e indexação de preços à inflação”.
Já o EBITDA do segmento de redes de eletricidade cresceu 5%, impulsionado pela subida de 16% do EBITDA das redes no Brasil, “refletindo a expansão do portfólio de linhas de transmissão (+39% de kms em operação) e a atualização das receitas reguladas à inflação assim como a indexação da taxa de remuneração dos ativos em Portugal à taxa de juro de referência de longo prazo (OTs 10 anos)”.
Os custos financeiros líquidos subiram para 260 milhões, com o custo médio da dívida a aumentar 90 pontos base para 4,8%, “refletindo a subida geral do custo de dívida nas principais moedas”. Excluindo a dívida em reais (15%), o custo médio da dívida aumentou de 2,3% para 3,1%.
O investimento bruto atingiu 1,2 mil milhões de euros no primeiro trimestre, com 98% a destinarem-se a energias renováveis e redes de eletricidade.Já a dívida recuou 100 milhões “refletindo a aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, e o encaixe dos dois aumentos de capital realizados pela EDP e EDPR, é penalizada pela evolução de fundo de maneio regulatório”.
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