Os médicos regressaram à greve esta terça-feira, cumprindo assim uma paralisação de dois dias que visa expor aquilo que, no entender dos clínicos, são as lacunas da proposta do Governo para a valorização da carreira. Nesse sentido, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) Joana Bordalo e Sá, revelou ao Jornal Económico que a adesão dos médicos a esta paralisação tem sido elevada.
“No Hospital de Santo António no Porto temos uma adesão no bloco de praticamente 90% , também em Viana do Castelo, a mesma coisa, a adesão de 90%, no IPO do Porto temos o bloco operatório encerrado a 100%, no Centro Hospitalar de Coimbra também temos um encerramento do bloco de 100%. No Hospital de Gaia temos uma adesão de 95% e temos a maior parte dos centros de saúde no Norte e também no centro e no sul com adesão entre os 95 a 100%”, detalhou Joana Bordalo e Sá ao JE.
Segundo a dirigente da FNAM esta “é mais uma greve, a terceira num processo negocial que já dura há 15 meses e estamos a assinalar esta data em especial não com intuito de alguma forma de prejudicar a JMJ [Jornada Mundial da Juventude], mas no fundo mostrarmos ao mundo a falta de competência e má fé do Ministério”.
“Os médicos não têm um aumento salarial há 12 anos e de facto são os mais mal pagos da Europa além de que as condições de trabalho têm vindo a deteriorar-se todos os dias com a fragmentação das equipas. Assim, os médicos acabam por sair para o sector privado ou emigram”, sublinhou, acrescentando que “todos os dias tem sido a mesma tragédia e quem perde são mesmo os utentes e os doentes”.
Agora, os médicos pedem que “seja nomeado um negociador externo independente para que não continuemos com mais calendário num processo negocial”.
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