É sob o olhar da estátua de Fernando Pessoa que encontramos a rua mais cara de Portugal para comprar casa. Situada na zona do Chiado, em Lisboa, os proprietários de habitações na Rua Garrett estão a pedir, em média, 4,4 milhões de euros para quem deseja adquirir uma residência de luxo, segundo um estudo do ‘idealista’ que apresenta as 10 ruas mais caras do país, sendo que oito das quais encontram-se na capital portuguesa e onde existe apenas espaço para os distritos de Faro e Setúbal.
Desta forma, a Rua Garrett assume a liderança que em 2022 era ocupada pela Rua Alto do Duque, em Belém. Dessa lista faz parte também a Avenida Almirante Gago Coutinho, em Alvalade que no ano passado se encontrava no terceiro lugar (3.037.778 euros) das ruas mais caras, tendo este ano caído para a oitava posição (2.674.636 euros).
“A explicação para estas serem as ruas mais caras deve-se essencialmente aos valores da oferta existente em cada uma delas e que os proprietários colocam nos anúncios publicados. Como exemplo, no ranking de 2022, a Avenida Almirante Gago Coutinho, em Alvalade ocupava o terceiro lugar e este ano caiu para oitavo. Isso significa que os valores existentes de oferta nessa zona desceram”, explica ao Jornal Económico (JE), o responsável do ‘idealista’, Rúben Marques.
As quatro primeiras posições do ranking de 2023 são ocupadas por ruas localizadas distrito de Lisboa, tais como a Rua Melo e Sousa, no município do Estoril, onde uma casa pode custar em média de 3.417.142 euros, e a Rua das Palmeiras, na Quinta da Marinha, em Cascais, com habitações de luxo ao preço médio de 3.187.636 euros, ou a Rua Vítor Cordon, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, onde o valor médio é de 3.163.454 euros.
No distrito de Setúbal encontramos o Condomínio Herdade da Aroeira, localizado na Charneca da Caparica, com casas ao preço médio de 3.019.000 euros, seguindo-se a Avenida General Carmona, no Estoril, onde o preço médio da habitação de luxo ronda os 2.970.000 euros.
No sétimo lugar encontra-se a Rua Birre localizada em Cascais, que conta com casas a um preço médio de 2.904.117 euros, seguindo-se a Avenida Almirante Gago Coutinho, em Alvalade, Lisboa (2.674.636 euros), a Rua de Buenos Aires, na Estrela, em Lisboa (2.670.000 euros) e a fechar esta lista a Urbanização Pine Cliffs, em Albufeira (também 2.670.000 euros), no distrito de Faro.
Segmento de luxo desacelera em Lisboa este ano, mas recupera em 2024
O atual momento económico a nível global, marcado pela subida da inflação e consequente aumento das taxas de juro, está a fazer-se sentir no segmento residencial de luxo um pouco por todo o mundo, não sendo Portugal exceção. Com base neste cenário, a imobiliária de luxo Knight Frank, em parceria com a portuguesa Quintela + Penalva, analisou o crescimento dos preços do mercado residencial de luxo entre dezembro de 2022 e julho de 2023, em 26 cidades mundiais, tendo concluído que, no caso de Lisboa, é de esperar uma desaceleração nos preços este ano, com quebras entre os 2% e 4%.
De resto, a capital portuguesa ficará a par de cidades como Berlim, Edimburgo, Dublin, Los Angeles e Zurique, enquanto o Dubai continua a liderar os rankings para este ano, sendo que as previsões apontam para que o crescimento anual arrefeça para 14%, uma diferença significativa face ao crescimento de 44% registado em 2022.
Por outro lado, das 26 cidades analisadas, 20 devem apresentar um crescimento de preços estável ou positivo em 2023, onde Tóquio, Paris, Madrid e Miami, juntamente com o Dubai, observam uma previsão de aumento de 4%.
No entanto, e no que a Lisboa diz respeito, as previsões para o próximo ano apontam para uma ligeira subida de 2% no segmento residencial de luxo, ficando à frente de cidades como Londres, Berlim e Edimburgo, onde as previsões indicam para descidas entre 1% e 3%. A nível global, os preços do mercado de luxo residencial deverão melhorar em 2024, com um crescimento médio de 2%.
Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela + Penalva, refere que “depois do crescimento do mercado imobiliário de luxo em Portugal, que veio preencher uma lacuna grande ao nível da oferta, é expectável que esse mesmo crescimento seja consolidado, à semelhança do que acontece nos principais mercados europeus”.
Por sua vez, Kate Everett-Allen, autora do estudo, indica que “os mercados residenciais de luxo são mais resilientes no que toca às mudanças no ambiente da política monetária, dada a maior proporção de liquidez e de compra sem recurso a crédito (46%, de acordo com o inquérito da rede global de investigação da Knight Frank), embora estes investidores não estejam imunes às consequências das políticas monetárias recentes”.
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