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Norte-americanos representaram 40% das compras do imobiliário de luxo em Lisboa no ano passado

Relatório da Berkshire Hathaway HomeServices, indica que os investidores dos Estados Unidos tiveram um peso de 15% nas aquisições deste segmento do mercado imobiliário em Portugal, sendo que a maioria procurou tirar partido do programa Golden Visa, apesar das medidas impostas pelo Governo.
27 Julho 2023, 14h10

Apesar de 2023 estar a mostrar os efeitos do fim do programa dos Vistos Gold no que toca ao investimento estrangeiro, e em particular do mercado norte-americano, certo é que no último ano estes investidores ainda representaram um peso significativo em Portugal. O relatório do mercado europeu de verão 2023 da Berkshire Hathaway HomeServices (BHHS) indica que os norte-americanos foram responsáveis por 40% das compras no segmento do imobiliário de luxo em Lisboa no ano passado.

A nível nacional, os investidores norte-americanos tiveram um peso de 15% nas aquisições deste segmento do mercado imobiliário, sendo que muitos deles tentaram tirar proveito deste programa. “33% dos compradores de imóveis transacionados pela empresa em 2022 eram dos EUA e a maioria procurava usufruir de Vistos Gold”, afirma Michael Vincent, CEO da Berkshire Hathaway HomeServices Portugal Property.

Por sua vez, Tatiana Vale, diretora de marketing da Berkshire Hathaway HomeServices Atlantic Portugal, defende que “o mercado de luxo em Portugal tem crescido significativamente nos últimos anos”, sendo que são várias as condições que estão a ter um impacto positivo no mercado imobiliário, como o estatuto de Portugal como quarto país mais pacífico do mundo, a sua excelente qualidade de vida, a hospitalidade, os cuidados de saúde avançados e o clima.

“Tudo isto contribui para que os investidores vejam Portugal como uma excelente opção”, salienta a responsável, que destaca três tendências que prevalecem no mercado de luxo português. “A procura de propriedades com certificações ambientais, materiais sustentáveis e design amigo do ambiente, a conveniência e proximidade de comodidades que permitem aos compradores ‘viver a vida local’ e as propriedades que possibilitam um estilo de vida mais descontraído”.

Além disso, a responsável assume que o interesse dos clientes norte-americanos em Portugal está a aumentar. “Eles emergiram como os principais compradores de propriedades de luxo na região de Lisboa”, salienta, acrescentando que, em 2022, 6% das compras de casas no país foram feitas por cidadãos estrangeiros.

Sobre os preços que o segmento pratica atualmente, o CEO da BHHS aponta que no caso da empresa o valor médio de uma propriedade de luxo em Portugal é de 850 mil euros. “Classifico o luxo como qualquer coisa acima de 500 mil euros, mas os preços vão até aos 40 milhões de euros para o crème de la crème, dando como exemplo Vilamoura, no Algarve, onde 500 mil euros “dão para comprar um belo apartamento”, acrescentando que, nos Açores, consegue-se “uma bela moradia de três quartos com vista para o mar e os Açores ficam a apenas 4,5 horas de Boston”.

Em relação ao crescimento das vendas, Michael Vincent sublinha que em 2022 a empresa registou um crescimento de 18% nos preços do imobiliário em Portugal. “Espero um aumento de 10% para este ano”, realça.

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