Os principais institutos de análise económica da Alemanha prevêem uma queda do PIB alemão em 2023, na ordem dos 0,6%. Os analistas continuarem a afirmar que a recuperação da economia alemã só se dará em 2024 e será muito ligeira: 1,3%.
“A principal razão é que a indústria e o consumo privado estão a recuperar mais lentamente que o que esperávamos na primavera”, explicou o diretor de Macroeconomia do Instituto Leibniz, em Halle.
De acordo com o relatório conjunto de vários institutos, a economia alemã apresenta tendência de queda há mais de um ano, depois de a crise energética gerada pela guerra na Ucrânia interromper a recuperação iniciada após a pandemia. Nessa altura, ficou claro que a dependência alemã face às energias fósseis russas era muito elevada – como sucessivas administrações norte-americanas tinham alertado – o que impediu a recuperação.
A economia alemã foi das que mais impacto direto sofreu com o consequente aumento exponencial das energias, o que acabou por deitar por terra todos os esforços da indústria germânica para recuperar. Paralelamente, a inflação associada (que teve na energia a sua principal causa), retirou aos consumidores (tanto aos alemães como aos dos países de exportações) capacidade de aquisição.
O índice de clima de negócios Ifo confirma que a economia alemã continuou a cair em setembro, de acordo com a leitura publicada pelo instituto homônimo. A ligeira queda do indicador de 85,8 em agosto, revisada para cima, para 85,7 em setembro, menos do que a queda para 85,2 prevista pelo consenso. A queda se deve inteiramente à queda do índice de condições atuais (de 89,0 para 88,7), enquanto o índice de expectativas aumentou. O sentimento permaneceu muito fraco em todos os setores, mas as condições melhoraram um pouco na indústria e no comércio e se deterioraram nos serviços e na construção.
Recorde-se que, já esta semana, foi conhecido que o índice Ifo confirmou que a economia alemã continua a passar por um período de contração. O índice aponta para uma queda na produção de cerca de 1% na comparação trimestral, um contexto ainda pior do que o avançado pelo indicador do consumo.
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