A Rolls-Royce disparou mais de 100% em bolsa desde o início do ano, impulsionada pelo retorno das viagens após a pandemia e pela guerra na Ucrânia, dado o peso da operação ligada ao ramo da defesa na empresa britânica.
As ações da construtora aeronáutica e automóvel valorizaram 137% de janeiro até ao final de setembro, liderando os ganhos nos índices STOXX 600 e FTSE este ano. Apesar da valorização assinalável, o ‘Cinco Días’ denota que, das 20 analistas consultadas, onze recomendam os investidores a comprar o título, enquanto as restantes nove aconselham a manter a posição. Nenhuma consultora defende a venda destas ações.
Depois de tempos mais atribulados com as restrições às viagens durante os anos da pandemia, a Rolls-Royce beneficia agora de uma série de fatores que explicam a sua recuperação. Em primeiro lugar, o fim dos condicionamentos criados pela Covid-19 surge como o mais óbvio, mas há mais: a empresa levou a cabo uma renovação relevante das suas frotas, capitalizando ainda nas atividades de manutenção das frotas já existentes.
Por outro lado, a guerra na Ucrânia aumentou significativamente a procura por componentes de defesa, um segmento determinante do negócio da Rolls-Royce. Em termos globais do grupo, o ramo de defesa representa cerca de 30% das suas vendas.
Depois de anunciar 776 milhões de euros de lucros operacionais na primeira metade do ano, a empresa melhorou as suas projeções para o resultado de 2023 como um todo, apontando agora a 1,4 mil milhões de euros de lucro. Tal coloca o título como um dos mais apetecidos no mercado, embora com uma cotação ainda distante dos seus máximos históricos: valendo atualmente 253,40 euros, o pico de 456,92 atingido em janeiro de 2014 continua longe.
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