O banco suíço Julius Baer, vocacionado para a gestão de grandes fortunas, reconheceu em comunicado a exposição a um promotor imobiliário europeu – Signa – que dá sinais de estar em dificuldades.
O banco fez este esclarecimento uma semana depois de um relatório intercalar das suas contas de 2023 ter revelado uma provisão de 70 milhões de francos suíços (72 milhões de euros) para cobrir potenciais perdas financeiras, sobre a carteira de empréstimos do grupo após 31 de outubro de 2023, acrescentando o banco que não espera que o nível de resultados líquidos do exercício completo atinja o mesmo de 2022.
O anúncio fez com que as ações do banco caíssem 13% num único dia. Hoje as ações caíram 4,68%.
O banco suíço confirmou, na segunda-feira, que a maior parte das provisões anunciadas na semana passada se referem a uma exposição nominal de 606 milhões de francos (627 milhões de euros) a “um conglomerado europeu” e indicou que continuará a ser prudente no registo de ajustamentos de avaliação adicionais, se necessário. Ao mesmo tempo não exclui a possibilidade de mais provisões para a exposição de 627 milhões de euros ao conglomerado europeu.
Os três empréstimos concedidos pelo banco suíço Julius Baer estão ligados ao magnata e investidor austríaco René Benko, que está em dificuldades financeiras, segundo os jornais suíços.
Trata-se da “maior exposição individual na sua rubrica de dívida privada”.
O banco suíço veio, através de comunicado, comentar as “recentemente notícias sobre a exposição de cerca de 600 milhões de francos suíços (repartido em três empréstimos distintos) do Julius Baer a um promotor imobiliário europeu – Signa – que estará em dificuldades após as subidas de taxas de juro na Europa”.
“O Julius Baer é um banco ultra capitalizado em quaisquer circunstâncias. O seu TIER 1 é superior a 16%, o que significa o dobro do capital regulatório exigido (8%). O seu capital total é de 25%, sendo assim um dos bancos mais capitalizados da Europa”, refere o banco.
“Mesmo num cenário extremamente adverso, apenas hipotético porque praticamente impossível, dada a existência de garantias reais sobre os créditos emitidos, em que houvesse fossem de perda total, o TIER 1 do banco continuaria em 14% e o banco continuaria a ter um ano de 2023 com elevados lucros (mais de 400 milhões de francos suíços)”, assegura a instituição.
“Relativamente àquela exposição, o banco provisionou 70 milhões de francos suíços em Novembro e dispõe de múltiplos colaterais, com garantias reais sobre ativos imobiliários prime e luxury comercial e residencial”, explica o Julius Baer.
“Em quaisquer circunstâncias o banco está altamente capitalizado e é consistentemente lucrativo (mais de mil milhões de francos suíços em 2022)”, sublinha o banco suíço.
O banco confirma ainda a sua política de distribuição de dividendos com dividend pay out ratio de aproximadamente 50% do adjusted net profit, com um dividendo por ação, pelo menos, igual ao de 2022; e (o seu programa de share buy-backs nos capitais gerados acima de um rácio de TIER 1 de 14%).
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