[weglot_switcher]

Promotora imobiliária Signa declara insolvência

As dívidas da promotora austríaca atingiam cerca de cinco mil milhões de euros, segundo as associações de proteção de credores KSV1870 e Alpenländischer Kreditorenverband, com 42 funcionários e 273 credores a serem impactados por este processo.
30 Novembro 2023, 10h53

A promotora imobiliária Signa declarou insolvência na última quarta-feira, depois de não ter conseguido novos financiamentos. Ligada também ao segmento de retalho, a empresa detida pelo magnata austríaco Rene Benko era proprietária do Chrysler Building, em Nova Iorque, e de vários projetos e lojas na Alemanha, Áustria e Suíça, conta a agência “Reuters”.

As dívidas da promotora austríaca atingiam cerca de cinco mil milhões de euros, segundo as associações de proteção de credores KSV1870 e Alpenländischer Kreditorenverband, com 42 funcionários e 273 credores a serem impactados por este processo.

A queda de uma das principais promotoras imobiliárias europeias levou o chanceler austríaco Karl Nehammer a vir a público tentar minimizar os efeitos deste colapso. “O que é realmente importante é que todos aqueles que investiram, especialmente os bancos, permaneçam estáveis. Isso é crítico”, afirmou aos jornalistas.

A Signa era detida e controlada maioritariamente por Benko, embora vários outros indivíduos ricos, incluindo o industrial austríaco Hans Peter Haselsteiner, tivessem participações menores. As últimas negociações com investidores para entregar liquidez à subsidiária Signa Prime, da qual a Signa Holding é acionista maioritária ainda estão em andamento, mas as possibilidades de sucesso são reduzidas, de acordo com fontes próximas do processo.

A Signa Prime Selection é a maior empresa do ramo imobiliário da Signa, com um valor patrimonial bruto de 20,4 mil milhões de euros.

A Signa contraiu empréstimos pesados junto de bancos como o Julius Baer, que na segunda-feira revelou ter uma exposição de mais de 600 milhões de francos suíços, a maior da sua carteira de empréstimos de dívida privada, a um conglomerado europeu.

“Não posso comentar sobre os clientes”, disse Philipp Rickenbacher, CEO do banco suíço no Global Banking Summit do Financial Times.

O CEO disse que era demasiado cedo para dizer que lições específicas poderiam ser aprendidas relativamente à grande exposição no seu negócio de dívida privada. “Neste momento o foco está em maximizar o valor das nossas garantias.”

O banco suíço Julius Baer, vocacionado para a gestão de grandes fortunas, já tinha reconhecido em comunicado a exposição à promotora imobiliária europeia.

O banco fez este esclarecimento uma semana depois de um relatório intercalar das suas contas de 2023 ter revelado uma provisão de 70 milhões de francos suíços (72 milhões de euros) para cobrir potenciais perdas financeiras, sobre a carteira de empréstimos do grupo após 31 de outubro de 2023, acrescentando o banco que não espera que o nível de resultados líquidos do exercício completo atinja o mesmo de 2022.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.