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Emília Vieira: muitos PPR em Portugal são “miseráveis e não deviam existir”

O Estado devia proteger os cidadãos face a uma indústria financeira que comercializa PPR e outras aplicações que não remuneram devidamente as poupanças, defendeu a CEO da Casa de Investimentos.
24 Fevereiro 2024, 17h24

A CEO da Casa de Investimentos, Emília Vieira, defendeu este sábado que muitos dos Planos Poupança Reforma (PPR) que existem em Portugal não deviam existir, porque não remuneram devidamente os seus clientes.

”Temos cerca de 600 PPR em Portugal e muitos são miseráveis, não deviam existir”, defendeu a fundadora da Casa de Investimentos no encontro anual da instituição, que juntou cerca de 900 pessoas em Braga. Emília Vieira acrescentou que muitos PPR não existem em prol dos seus clientes mas sim das instituições financeiras e que o Estado devia proteger os cidadãos. E frisou que o grande problema do país nesta área é a falta de literacia financeira.

“As pessoas negoceiam o spread da casa mas depois não tentam encontrar melhores condições numa área tão importante como a poupança para a reforma”, lamentou. “Vivemos num país que tem mais de 50 mil milhões alocados em produtos de seguradoras, incluindo PPR, que não rendem mais do que 1,5 por cento ao ano”, realçou.

“Temos de investir a sério na literacia financeira. Na Europa estamos atrás apenas da Roménia”, afirmou a CEO.

Porque não simplesmente investir num índice? “Porque connosco aprendem muito mais”

A Casa de Investimentos tem o seu próprio PPR, o Save and Grow, que investe em ações de acordo com a filosofia do investimento em valor, que valorizou 47 por cento desde o lançamento, em 2021. Segundo os dados da Funds People, foi mesmo o instrumento que mais valorizou em Portugal em 2023, liderando a classe de risco 5, a mais elevada, com um retorno de 33,88%.

A título de comparação, a média simples dos cinco fundos com maior rentabilidade na classe mais elevada de risco em 2023 foi de 22,38%. Na classe abaixo, o instrumento com maior rentabilidade, o PPR BiG Acções Estratégico, do BIG, chegou a 16,62%.

Questionada sobre porque deve um cliente investir num produto composto por ações escolhidas por gestores e não num ETF de um índice, Emília Vieira citou Warren Buffet:  “Porque connosco aprendem muito mais”.

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